ONU: A violência contra crianças em conflitos está a alastrar

As Nações Unidas vêm denunciando há anos o aumento da violência contra os mais vulneráveis ​​em zonas de guerra e crise. De acordo com o relatório anual do Secretário-Geral da ONU sobre crianças e conflitos armados, um total de 41.370 atos de violência foram documentados em 2024. Isso representa cerca de um quarto a mais do que no ano anterior. Este é o maior número desde que o relatório foi lançado há quase 30 anos.

O número real é provavelmente muito maior e atingiu "proporções sem precedentes", de acordo com o documento apresentado em Nova York em nome do Secretário-Geral da ONU, António Guterres .

Com mais de 4.500 mortos e 7.000 feridos, as crianças continuam a "suportar o peso de hostilidades implacáveis ​​e ataques indiscriminados", segundo as Nações Unidas. O novo relatório deve ser "um alerta", enfatizou Virginia Gamba, Alta Representante da ONU para Crianças e Conflitos Armados.

Violência por parte de atores estatais e gangues

Segundo a ONU, a maioria dos incidentes graves foi documentada como resultado das operações militares de Israel nos territórios palestinos . O relatório também lista sete países cujas forças governamentais supostamente cometeram violações graves contra crianças: República Democrática do Congo , Mianmar , Somália , Sudão do Sul , Sudão ,Síria e Rússia .

Entre os especificamente mencionados no relatório está o grupo Viv Ansanm, uma coalizão de gangues no Haiti acusada de recrutar crianças, assassinatos e estupros coletivos. O cartel de drogas colombiano Clã do Golfo também é acusado de recrutar crianças para suas atividades criminosas.

O relatório atribui o aumento a ataques indiscriminados, especialmente em áreas urbanas. O desrespeito aos acordos de paz e o agravamento das crises humanitárias em todo o mundo também contribuíram.

AR/aa (afp, epd)