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Juntos contra as superpotências: UE e Japão decidem cooperação mais estreita na indústria de armamento

Juntos contra as superpotências: UE e Japão decidem cooperação mais estreita na indústria de armamento
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, na Cúpula UE-Japão em Tóquio.

Na véspera da cúpula da União Europeia com a China, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, buscou apoio no Japão. Juntamente com o presidente do Conselho da UE, Antonio Costa, ela se encontrou com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, na quarta-feira.

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Na 30ª Cúpula UE-Japão, foram feitos anúncios importantes em três áreas: indústria de defesa, segurança econômica e cooperação no resgate de organizações multinacionais. Ambas as partes concordaram em cooperar mais estreitamente, especialmente na indústria de defesa. Lançarão um diálogo oficial sobre a indústria de defesa no próximo ano.

Em seguida, Von der Leyen apresentou pessoalmente os aspectos da política comercial. "Hoje, estamos lançando uma aliança de competitividade", disse ela na coletiva de imprensa. O objetivo é expandir o comércio, fortalecer a segurança econômica e as cadeias de suprimentos em setores críticos e expandir a inovação conjunta em tecnologias verdes e digitais.

Essas declarações foram dirigidas principalmente às duas superpotências, China e Estados Unidos. "Esta cúpula entre a União Europeia e o Japão chega na hora certa", disse von der Leyen. Ambos os lados estão expostos a pressões geoeconômicas e geopolíticas.

O Japão como parceiro geopolítico da UE

Sob o título de geoeconomia, ela citou tensões comerciais e incertezas — uma referência às guerras tarifárias dos EUA —, bem como cadeias de suprimentos frágeis, excesso de capacidade e desigualdade de condições. Mas a ameaça aos interesses comuns também está aumentando, "dos campos de batalha na Ucrânia às águas do Indo-Pacífico". Isso poderia ser interpretado como uma referência à China, que apoia a Rússia na guerra da Ucrânia e ameaça Taiwan com uma invasão.

Von der Leyen já havia enfatizado a importância dessa conexão mais profunda entre as democracias distantes antes da cúpula, quando a Universidade Keio lhe concedeu um doutorado honorário em mídia e governança. Em seu discurso de agradecimento, ela enfatizou que se tratava de garantir a independência dos países, o que ela queria alcançar por meio de uma maior cooperação com parceiros com ideias semelhantes.

"Em essência, independência significa ser livre e capaz de determinar nosso próprio futuro, acabar com nossas dependências e superar nossas vulnerabilidades", disse o Presidente. Isso não pode ser alcançado entrincheirando-nos. O relacionamento e a parceria com o Japão são prova disso. Diante dos desafios, é natural "que dois parceiros com ideias semelhantes unam forças para se apoiarem mutuamente".

Por que a economia alemã está torcendo pelo Japão

A UE firmou a maior área de livre comércio até o momento com o Japão. Desde sua entrada em vigor, há cinco anos, o comércio aumentou aproximadamente 20%. Isso torna o Japão o segundo parceiro comercial mais importante da UE na Ásia.

Volker Treier, Chefe de Comércio Exterior da Câmara de Comércio e Indústria Alemã (DIHK), afirma: "Em vista das crescentes tensões comerciais com os EUA, a parceria econômica com a Ásia está se tornando cada vez mais importante – especialmente com o Japão." A Cúpula UE-Japão oferece uma oportunidade de enviar um sinal forte a favor do comércio livre e baseado em regras.

Martin Schulz, economista-chefe do grupo de tecnologia japonês Fujitsu em Tóquio, considera o Japão o melhor parceiro possível para que a UE se oriente mais fortemente em direção à Ásia, especialmente ao Sudeste Asiático. À luz das políticas tarifárias e de segurança de Trump, crescem em Tóquio as dúvidas sobre a confiabilidade da potência protetora. Portanto, o Japão não quer depender exclusivamente dos EUA, mas sim da cooperação com a UE.

A UE ainda não tem uma estratégia clara para o Sudeste Asiático, afirma Schulz. No entanto, uma cooperação mais estreita pode ser um primeiro passo em direção a esse objetivo. O país é o maior investidor na região e, portanto, está firmemente ancorado nas cadeias de suprimentos asiáticas.

Além disso, o Japão é um dos principais membros da Parceria Transpacífica (CPTPP), com a qual a UE pretende cooperar mais estreitamente. O Japão também participa ativamente da Área de Livre Comércio da Ásia, juntamente com a China e a Coreia do Sul. Isso torna o Japão um parceiro atraente para muitos países. O Japão está sendo invadido por delegações empresariais de todo o mundo, afirma Schulz.

No entanto, Schulz vê não apenas oportunidades, mas também limitações à cooperação – principalmente devido à pressão da China e dos EUA. Por exemplo, o economista não espera nenhuma cooperação na estratégia comercial com os EUA, já que ambos os lados também competem em determinados mercados.

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