Mulheres, usem o que quiserem!: Sophie Passmann sobre as regulamentações de vestuário que nos mantêm pequenas

por Madita Muhs
2 minutosAinda há muitos homens dizendo às mulheres o que vestir hoje em dia. Perguntamos à autora e podcaster Sophie Passmann o porquê.
Dois homens. Um podcast. E a pergunta sobre a escolha certa de roupa para um parceiro na academia. "Minha esposa, por exemplo, mesmo quando está na academia de legging, sempre pega um suéter e veste por cima, porque sabe muito bem que o bumbum dela fica um pouco empinado de legging."
Inúmeros clipes de áudio e vídeo semelhantes aparecem regularmente nas redes sociais. Temos duas perguntas. A primeira é: essa mulher não está indo à academia justamente por causa daquele bumbum empinado? E: por que os homens parecem ter problemas com nossas escolhas de roupa?
A gaiola invisívelSophie Passmann tem uma explicação para isso: "Decidir o que as mulheres vestem e o que não vestem é uma maneira muito simples e eficaz de controlar as mulheres." Claro: puxe o suéter por cima da parte inferior, por favor, e esconda o corpo. A instrução sugere que uma única parte do corpo — aqui, a parte inferior — pode causar irritação. É reconhecida como uma fonte de problemas, mas a sexualização não. No entanto, é sobre isso que deveríamos estar falando.
"Se você transforma em um jogo o que as mulheres podem fazer de certo e errado com sua aparência, essa é uma boa maneira de mantê-las presas", diz Sophie Passmann.
Estudos científicos mostram que controlar o vestuário feminino é um método eficaz de regulação social das mulheres e de forçá-las a desempenhar determinados papéis. O que é considerado "moderno", "chique" ou "muito revelador" está em constante mudança.

Os ideais de beleza nunca foram estáticos. Eles refletem valores sociais e variam de época para época. Enquanto o "heroin chic" dominava na década de 1990, hoje vivenciamos uma maior variedade de formas e estilos corporais. Mas será que a positividade corporal e a diversidade foram apenas uma moda passageira? Hashtags como #skinnytok, que promovem a magreza, circulam nas redes sociais há algum tempo, e formas corporais diversas também estão desaparecendo cada vez mais das vitrines e lojas online.
A cada tendência, não apenas as regras são reescritas, como os formatos corporais também são rotulados como "dentro" ou "fora". Calças jeans de cintura baixa, por exemplo, trouxeram de volta a onda da magreza, tornando o corpo de ampulheta, antes popular, ultrapassado. Mas não se preocupe: no mundo online acelerado, a próxima tendência está a apenas um toque de distância. Isso cria constantemente novas inseguranças, fazendo com que a maioria das mulheres nunca se sinta boa o suficiente. O impulso socialmente imposto de otimizar as mantém presas na já mencionada gaiola invisível.
A roupa como meio de auto-capacitaçãoAs roupas podem fazer muito mais do que apenas cumprir regras – elas podem empoderar. Estudos sobre a chamada "cognição vestida" mostram que o que vestimos influencia nossa autoconfiança e força mental. As mulheres usam a moda para se expressar, ultrapassar limites e se libertar das expectativas sociais. Seja para serem levadas a sério profissionalmente, para expressar crenças e afiliações religiosas, ou simplesmente para se expressar e se expressar através da moda – tudo isso não deveria ser possível apenas para os homens.
Não importa o que uma mulher veste, a decisão deve ser dela – e deve ser tomada sem julgamento externo. É exatamente por isso que mulheres que vestem o que querem fazem uma declaração que nem todos vão gostar. Elas demonstram que a autodeterminação e a diversidade são mais importantes hoje do que nunca.
Brigitte
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