O acidente envolvendo dois petroleiros na costa russa, no Mar Negro, parece ter causado danos maiores do que as autoridades russas admitem.

Vazamento de óleo no Mar Negro é pior do que se sabia anteriormente
De acordo com isso, os petroleiros podem não estar transportando apenas o óleo pesado M-100, relativamente leve, como afirmado, mas sim óleos pesados muito mais tóxicos e difíceis de degradar. Os principais resultados das aproximadamente 8.000 amostras do óleo encontrado, coletadas pela Agência Russa de Proteção ao Consumidor, não foram publicados. A reconstrução das rotas de navegação sugere que pelo menos um dos petroleiros não oceânicos pode ter carregado óleo combustível pesado particularmente nocivo em Rostov-on-Don. Uma pesquisa realizada pela revista nas proximidades de uma refinaria a poucos quilômetros de distância também sugere essa possibilidade. Especula-se que os petroleiros possam ter sido destinados a carregar um navio maior pertencente à frota paralela russa. Essas embarcações são usadas para transportar óleo combustível pesado russo pouco processado para todo o mundo, a fim de ocultar sua origem. Os petroleiros, com mais de 50 anos de idade, entraram em perigo e viraram em meados de dezembro, em mar agitado, no Estreito de Kerch, entre a Rússia continental e a Península da Crimeia, anexada por Moscou. Uma rachadura no casco do "Volgoneft 212" partiu-se em dois e afundou. O segundo petroleiro, o "Volgoneft 239", também se partiu; sua popa encalhou a apenas 50 metros da costa. O governo russo já removeu 170.000 toneladas de areia contaminada da região do Mar Negro afetada pelo vazamento de óleo e fechou 150 praias. Mesmo assim, moradores relatam que pessoas continuam nadando por lá. Ambientalistas alegam que estão sendo mantidos no escuro sobre os reais perigos e a composição da espuma de óleo.
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