A luta de ser diferente: um convite para a peça 'Silent Disorder' no Teatro Garnica em Saltillo.

O drag é uma forma de arte que brinca com as convenções de gênero e com as habilidades artísticas e performáticas daqueles que o levam ao palco. Mas também é uma expressão ainda afetada pela intolerância e discriminação, uma luta refletida na peça " Silent Disorder".
Embora tenha sido apresentada publicamente no Festival de Dramaturgia de Saltillo em 2022, naquela ocasião foi apenas uma leitura encenada. Agora, a peça estreará no Teatro Garnica nos dias 14, 15 e 16 de novembro, às 20h.
Escrito por Ricardo Ordaz e dirigido por Araceli de la Peña, o filme aborda o conflito de Jorge, um jovem cuja paixão é o drag queen, mas que precisa lidar com o ódio e a intolerância gerados em seu meio por essa decisão.
“Isso me levou a escrever a verdade, além do que vemos no palco, a verdade daquela pessoa que é artista [...] para mim é um tema difícil e especial, e tentei ir além do que vários escritores já expressaram sobre o assunto. Não busco algo educativo, mas sim conscientizar as pessoas de que a vida pode ser vivida com mais do que apenas maquiagem ”, declarou Ordaz em uma coletiva de imprensa.
A produção conta com atuações de Erika Coronado, Isis Zapata, Daniel Mendoza e do próprio Ordaz, além de Said Ampudia no papel principal, além da assistência de Deyanira Romero e Margarita Alba, com produção da Xpress Arte Compañía Teatrl.
“Isso me fez refletir bastante sobre como às vezes julgamos a aparência de algo e não vemos tudo o que está por trás, todos os fantasmas que Jorge, o personagem de Said, enfrenta neste caso”, compartilhou Coronado.
Esta obra representa também o regresso aos palcos de Ampudia, que não participava em nenhuma produção há mais de dois anos e que é conhecida por interpretar personagens que desafiam as identidades de género, sejam travestis, drag queens ou pessoas transgénero.
“Ele me disse que quando eu voltasse ao teatro não interpretaria um papel travestido, e adivinhem só?”, brincou o ator, “mas decidi aceitar porque, primeiro, gosto muito do Ricardo, e segundo, porque gostei do roteiro. É muito bonito e muito dramático, e eu adoro; é muito prazeroso como artista, como ator, não só fazer as pessoas rirem, mas também mostrar o lado humano dos personagens”, acrescentou.
Por sua vez, o autor também compartilhou que entrar para o elenco foi um desafio e, embora não fosse algo que ele tivesse planejado, já que ele também apoia a produção — um papel exigente por si só na montagem de uma peça —, o diretor sentiu que ele poderia contribuir para a peça ao dar vida a esse personagem.
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“ É fruto de uma coleção de histórias contadas por amigos, companheiros de vida , que aos poucos me levaram a refletir sobre o que aconteceria se eu estivesse naquela situação, naquela posição vulnerável dentro da sociedade. A história de Jorge me veio como uma pequena luz, dizendo: ‘Você precisa contar essa história que já aconteceu com muita gente’”, comentou o autor sobre a origem do texto.
Os ingressos para a peça podem ser adquiridos antecipadamente por 150 pesos via WhatsApp pelo número 844 140 8600, e no dia da apresentação custarão 200 pesos na bilheteria.
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