Netanyahu 'chocado' com novos vídeos de reféns israelenses em Gaza

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu expressou sua "profunda consternação" com os últimos vídeos divulgados pelo Hamas de dois reféns israelenses na Faixa de Gaza, imagens que chocaram o país.

A divulgação na quinta-feira pelo Hamas e seu aliado Jihad Islâmico de três vídeos mostrando dois reféns israelenses emaciados, identificados como Rom Breslevski e Avyatar David, reacendeu o debate em Israel sobre a necessidade de chegar rapidamente a um acordo para libertá-los.

"O primeiro-ministro expressou sua profunda consternação com as imagens divulgadas pela organização terrorista Hamas e disse às famílias que os esforços para recuperar todos os nossos reféns continuam", disse seu gabinete durante a noite.

Nas imagens, os dois prisioneiros aparecem muito fracos e magros, numa encenação que pretende traçar um paralelo com a atual situação humanitária em Gaza, ameaçada pela "fome generalizada", segundo a ONU.

Evyatar David (24), sequestrado em 07/10/23, submetido à inanição deliberada. Reduzido a um esqueleto vivo em um túnel, enquanto palestinos celebram com refeições. A hipocrisia internacional ignora seu cativeiro enquanto recompensa terroristas com um "Estado palestino". pic.twitter.com/IzMLOw7p0D

– Israel News (@estadoisrael) 2 de agosto de 2025

Netanyahu acusou o Hamas de "matar deliberadamente os moradores da Faixa de Gaza de fome, impedindo-os de receber ajuda" e pediu à comunidade internacional que "condenasse os abusos criminosos nazistas" do movimento islâmico.

O presidente Isaac Herzog e o ministro das Relações Exteriores Gideon Saar reagiram da mesma forma, com o último anunciando que havia "convocado uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU" sobre o assunto.

A ministra das Relações Exteriores da União Europeia, Kaja Kallas, denunciou as "imagens horríveis de reféns israelenses" e exigiu sua libertação "imediata".

Por sua vez, o ministro de Segurança Nacional de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, visitou o Monte do Templo em Jerusalém Oriental no início da manhã, uma visita que os muçulmanos frequentemente consideram uma provocação.

"Assim como demonstramos que é possível exercer nossa soberania sobre o Monte do Templo, também é possível 'conquistar toda a Faixa de Gaza' e 'encorajar a emigração voluntária'", declarou o ministro.

A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.219 pessoas, a maioria civis, mortas no lado israelense , de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais.

Militantes islâmicos também sequestraram 251 pessoas, 49 das quais permanecem reféns em Gaza. Acredita-se que 27 delas tenham morrido, segundo o exército israelense.

Em retaliação, Israel matou pelo menos 60.430 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Desde o início da guerra, Israel sitiou a Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de palestinos vivem em condições de superlotação. No final de maio, suspendeu o bloqueio humanitário total imposto no início de março, mas está permitindo a entrada de apenas quantidades muito limitadas de ajuda, consideradas insuficientes pela ONU.

De acordo com a Defesa Civil, 19 pessoas foram mortas no domingo por tiros ou bombardeios israelenses , nove das quais esperavam por comida perto de um centro de distribuição administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização apoiada por Israel e pelos Estados Unidos.

Um funcionário do Crescente Vermelho Palestino foi morto e outros três ficaram feridos em um ataque israelense à sede da organização em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, informou a organização.