Quem era 'Camilo Ochoa', o ex-traficante de drogas e influenciador assassinado em Morelos?

No último fim de semana, o influenciador Carlos Ochoa Delgado, conhecido como "Camilo Ochoa" ou "El Alucín", filho de uma família rica, foi assassinado.

Ochoa Delgado, de 42 anos, foi morto no sábado em Temixco, Morelos. Durante seu período como influenciador, ele se dedicou a falar sobre o Cartel de Sinaloa, baseando-se em sua experiência como traficante de drogas, vida da qual se aposentou após ser preso.

Em agosto de 2022, "Camilo Ochoa" foi entrevistado pela jornalista Adela Micha em seu canal do YouTube, La Saga, no qual se declarou ex-traficante de drogas, tendo sido responsável pela praça de Mazatlán entre 2014-2015, sendo preso naquele ano e condenado a sete anos de prisão .

Ele afirmou ter conhecido o traficante Dámaso López em 2014 e se mudado da Cidade do México para Mazatlán, onde já havia se envolvido com o tráfico de drogas. Questionado pelo jornalista sobre seu passado, o influenciador preferiu omitir o nome dos pais, afirmando apenas que vinha de "uma família rica".

Ele contou que em 2004, quando tinha cerca de 20 anos, foi sequestrado pelos Zetas depois de morar por um tempo em Nuevo Laredo. Começou a negociar com agentes alfandegários usando mercadorias confiscadas, que depois vendia ilegalmente em Monterrey, mas fora do tráfico de drogas. Também se gabava de seus luxos, como carros de última geração.

Ele disse que cerca de 15 caminhões e cerca de 60 indivíduos foram à sua casa, arrombaram a porta e o privaram de sua liberdade. Ele também os identificou como agentes da extinta Agência Federal de Investigação (AFI).

Ele disse que, após ser solto sete dias depois, mudou-se para Guasave, Sinaloa, e depois para Guadalajara. Lá, graças aos amigos, "portas se abriram" e ele entrou no tráfico de drogas "em busca de adrenalina, por prazer".

"Tive que passar por todos esses estágios, caindo e me levantando, para agora... vir e mudar a mentalidade das pessoas", disse ele na época.

Ele afirmou que sua relação com Dámaso López foi como ele avançou em sua posição no narcotráfico, mas após a prisão de "El Chapo" Guzmán e o início da suposta traição de Dámaso López, ele decidiu se aposentar, Embora o chefe tenha ordenado que ele fosse morto, a ordem não foi cumprida e ele passou sete anos na prisão.

Após ser solto, ele afirmou que deu uma entrevista que viralizou e, a partir daí, passou a falar sobre sua experiência no tráfico de drogas e a exibir seus luxos nas redes sociais.

Em seu último vídeo no TikTok, Camilo Ochoa convocou uma marcha pela paz em Sinaloa e criticou a falta de preocupação com os responsáveis pela crise econômica.

Enquanto isso, o jornalista Nacho Lozano compartilhou um vídeo gravado recentemente do influenciador afirmando que eles tentaram assassiná-lo e sua família em um suposto assalto para "apagá-lo do mapa" e obter seus telefones.

Ele alegou que alguém, não identificado, queria seus telefones "para ver quem estava me enviando as informações, de onde vinham as gravações de áudio de "El Mini Lic", junto com o governo, para derrubá-lo".

O negócio da família

Camilo Ochoa era filho de um dos fundadores das redes de restaurantes El Pollo Loco e Pollo Feliz, segundo suas declarações em entrevistas. Embora nenhuma das redes que operam nos estados do norte do México ou nos Estados Unidos tenha sido acusada de ligações com o tráfico de drogas, elas foram afetadas por atos de violência, como quando seis restaurantes foram incendiados em Nuevo León em março passado.