Adamo propõe plano de demissão para 31,5% da força de trabalho

A Adamo, operadora de telecomunicações especializada em prestação de serviços em áreas rurais — adquirida pelo fundo de private equity Ardian — especificou o escopo das demissões anunciadas em 6 de junho, especificando que pretende afetar 83 funcionários, o que, segundo representantes sindicais, representa aproximadamente 31,5% do total da força de trabalho, que é de aproximadamente 263. Quase toda a força de trabalho está localizada na sede de Barcelona, mas as demissões também serão afetadas em Madri, Sevilha e Cantábria. Barcelona tem 206 funcionários, enquanto Madri tem 50 pessoas, Cantábria tem 4 trabalhadores e Sevilha tem outros 3, o que significa que a maior parte do impacto será em Barcelona.
Causas do procedimentoO pedido apresentado pela Adamo se deve principalmente a razões econômicas, segundo a empresa, decorrentes do esforço de investimento realizado na implantação da rede de fibra óptica. A amortização da dívida associada a esse investimento gerou pressões de liquidez significativas, afetando as margens operacionais e resultando em resultados negativos.
Há também razões organizacionais e produtivas, já que a empresa acredita ser necessário reestruturar seus processos e modelo organizacional para se adaptar às mudanças do mercado, incorporar novas tecnologias e retornar a um caminho de crescimento sustentável.
Escopo esperadoA Adamo propôs um impacto em 90 empregos, com a rescisão prevista de 83 contratos, o que representa 31,5% da força de trabalho atual. Em outras palavras, a empresa propõe a rescisão de 90 cargos, embora existam, na verdade, sete vagas nesse grupo, resultando em 83 demissões.
A UGT declarou sua intenção de demonstrar a nulidade desta medida. No entanto, caso a administração mantenha sua posição, o sindicato declarou que defenderá negociações visando reduzir drasticamente o número de demissões; estabelecer garantias de emprego e realocação; fixar remuneração adequada; garantir a máxima transparência e acesso à informação; e desenvolver um plano compartilhado para o futuro.
A empresa manifestou a sua vontade de realizar este processo através do diálogo, com o máximo respeito pelas pessoas afetadas e dentro do quadro legal aplicável.
Controlado por ArdianA Adamo foi adquirida pelo fundo francês Ardian em 2021, no auge da bolha das operadoras de fibra óptica, por um valor superior a um bilhão de euros, embora a maior parte da aquisição tenha sido feita com dívida.
A gestão da operadora mudou recentemente, com o anterior CEO do grupo, Carlos Ávila, sendo substituído no início de maio por Miguel Ángel Rodríguez Sola, gestor com vasta experiência em consultoria estratégica e no setor financeiro. Rodríguez Sola foi, mais recentemente, consultor sênior do Boston Consulting Group e CEO da Wizink até 2024. Anteriormente, atuou como presidente da Lendrock e da Aplazame e, ao longo de sua carreira, ocupou cargos de alta gerência na Boston Consulting, McKinsey, Lloyds Banking Group e Banco Santander, tanto na Espanha quanto no Reino Unido e nos Estados Unidos.
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