Após sua sétima tentativa, a missão tripulada Axiom decola com um número recorde de experimentos a bordo.

MIAMI — A quarta missão espacial da Axiom Space foi lançada na quarta-feira do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida central, marcando um número recorde de experimentos científicos a bordo para um lançamento privado e o retorno de astronautas da Índia, Hungria e Polônia ao espaço depois de mais de quatro décadas.
A missão Ax-4 partiu - conforme programado - às 02h31, horário local (06h31 GMT) de Cabo Canaveral para a Estação Espacial Internacional (ISS), onde os quatro astronautas permanecerão por quatorze dias e conduzirão mais de sessenta estudos científicos apoiados por 31 países, incluindo Estados Unidos, Índia, Polônia, Hungria, Arábia Saudita, Brasil, Nigéria e Emirados Árabes Unidos.
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Os destaques incluem pesquisas sobre o impacto da microgravidade em doenças como diabetes, câncer e degeneração muscular, bem como experimentos com microalgas, sensores biométricos, culturas de sementes, radiação, impressão 3D e cognição humana no espaço.
Esta também é a primeira viagem da cápsula Dragon da SpaceX, que transporta astronautas para a Estação Espacial Internacional, após o confronto entre o fundador da empresa, Elon Musk, e o presidente dos EUA, Donald Trump.
A sonda foi lançada após seis adiamentos. A missão estava originalmente programada para 29 de maio, mas foi adiada diversas vezes devido a problemas técnicos, climáticos e até mesmo imprevistos no lado russo da Estação Espacial Internacional.
Às 6h31 GMT, a espaçonave seguiu em direção à Estação Espacial Internacional, e os momentos cruciais do lançamento e da entrada em órbita foram recebidos com aplausos do centro espacial da NASA e de todo o mundo que assistia à transmissão ao vivo, especialmente da Índia, Hungria e Polônia.
Sete minutos após o lançamento, o foguete Falcon 9 — um modelo recuperável e reutilizável — da empresa Space X que impulsionou a nave que transportava os quatro astronautas retornou à Terra e pousou com sucesso.
A missão AX-4 "está a caminho da Estação Espacial", confirmou a NASA por meio de seus canais oficiais, e a atracação no complexo espacial está marcada para amanhã, quinta-feira, às 11:00 GMT.
Imagens do interior da nave também mostraram a alegria dos astronautas após completarem as fases cruciais do lançamento e suas primeiras experiências em condições de microgravidade.
Expressões de alegria e felicitações após o lançamento bem-sucedido começaram a chegar do mundo todo, e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) expressou sua satisfação nas redes sociais porque "após 41 longos anos, um astronauta indiano está finalmente a caminho do espaço".
"Tenham um voo seguro e nos vemos em breve na Terra", escreveu a Agência Espacial Húngara após enviar um astronauta daquela nacionalidade 45 anos depois; enquanto isso, da Polônia, a agência espacial do país comemorou nas redes sociais: "Conseguimos! A Polônia alcançou as estrelas."
A comandante da missão é a americana Peggy Whitson, que trabalhou na NASA e acumulou um total de 675 dias no espaço, mais do que qualquer mulher no mundo e mais do que qualquer outra pessoa dos Estados Unidos.
A tripulação é completada pelo piloto Shubhanshu Shukla da Índia, o especialista Slawosz Uznanski-Winiewski da Polônia e o pesquisador Tibor Kapu da Hungria, todos os três estreantes e representantes do primeiro voo espacial patrocinado por seus respectivos governos em mais de 40 anos.
A missão também simboliza o crescimento da colaboração internacional em pesquisa espacial, com a participação ativa de agências como a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), a Agência Espacial Europeia (ESA) e o programa espacial Hunor da Hungria, que conduzirá 25 dos experimentos planejados.
Também representa um passo em direção ao desenvolvimento da Estação Axiom, a primeira estação espacial comercial, que pode eventualmente se tornar uma plataforma permanente para a ciência, a indústria e a exploração espacial, já que a NASA enfrenta um possível corte de 24% no orçamento no ano que vem.
Vanguardia