Especialistas explicam como a IA está transformando as PMEs: 'Precisamos superar nosso medo da tecnologia'

Como parte do Dia das PMEs, em 27 de junho, um grupo de líderes do ecossistema empresarial e tecnológico do país compartilhou estratégias para pequenas e médias empresas alavancarem a inteligência artificial (IA) como ferramenta de crescimento. A discussão reuniu representantes de organizações como HubBOG, Compensar, Tpaga, Connect e Atenea, que concordaram que adotar novas tecnologias não é mais opcional, mas essencial para competir e prosperar.
Estudos recentes confirmam essa tendência: 66% das PMEs na Colômbia já implementam soluções de inteligência artificial, com 67% relatando aumento de produtividade, 71% de melhorias na experiência do cliente e uma redução de 58% no tempo de operação, de acordo com dados da Microsoft e da Câmara Colombiana de Comércio Eletrônico (CCCE). Além disso, o setor de software e tecnologia da informação já representa mais de 3,5% do PIB do país, segundo um relatório conjunto da Fedesoft e da Cenisoft.
No entanto, persiste uma lacuna significativa na transformação digital: apenas 24% das micro, 30% das pequenas e 54% das médias empresas avançaram nesse processo, segundo dados do iNNpulsa Colômbia. Isso mostra que, apesar do crescimento do ecossistema X-Tech, sua adoção entre as MPMEs ainda é limitada.

Luísa Salazar; René Rojas; Maria Isabel Carrascal; Andrés Gutiérrez; Diana Gaviria; e Victor Saavedra. Foto: Oscar Vanegas. Compensar
"Há uma tecnologia que precisamos diferenciar das demais agora: a inteligência artificial. Portanto, a principal mensagem para as PMEs é como a cidade de Bogotá se adaptará a essa nova tecnologia no próximo ano e nos anos seguintes", disse Víctor Saavedra, CEO da Atenea.
Saavedra abordou o papel da educação na preparação de talentos humanos para a era digital. Bogotá, indicou, está assumindo um compromisso sem precedentes com a educação técnica e superior, com foco em TIC. "Estamos investindo mais de 600 bilhões de pesos em bolsas de estudo e programas de treinamento para mais de 7.000 pessoas. O desafio é eliminar a lacuna de talentos que as empresas enfrentam hoje", explicou.
Além disso, ele anunciou a próxima inauguração do Campus de Ciência, Tecnologia e Inovação de Bogotá, onde startups de ciência e tecnologia serão promovidas por meio de chamadas públicas de propostas e parcerias com aceleradoras.
Sobre o assunto, Diana Gaviria, diretora executiva da Connect, observou que, para o mundo em geral, e não apenas para as PMEs, "a disrupção da inteligência artificial chegou e crescerá a taxas exponenciais. Precisamos superar o medo da tecnologia; ela é uma ferramenta fundamental para melhorar a produtividade e a competitividade, e há muitas coisas que podem ser feitas usando ferramentas básicas para melhorar os negócios".
Gaviria incentivou as PMEs a pensar além do tamanho e focar em sua capacidade de inovação. Ele explicou que uma startup não é apenas uma empresa nova, mas sim uma com potencial de crescimento acelerado, apoiada por tecnologia e alianças estratégicas.
Ele também destacou a importância da inovação aberta, um modelo no qual as empresas colaboram com outras partes interessadas — como universidades, empreendedores ou entidades públicas — para resolver desafios compartilhados e acelerar resultados.
Andrés Gutiérrez, cofundador da Tpaga, acrescentou que " a tecnologia é a ferramenta que pode colocar as PMEs no mesmo nível das grandes empresas, a ferramenta que pode torná-las igualmente competitivas". Ele deu o exemplo de ferramentas como o Loveable, que permite criar um site em três minutos. "Hoje, uma PME pode lançar um produto, comercializá-lo, vendê-lo e usar ferramentas como a Tpaga para alcançar os usuários."
Segundo Gutiérrez, as ferramentas atuais permitem que empreendedores com pouca experiência técnica desenvolvam soluções viáveis, aproveitando exemplos de inovação de outros países onde o acesso à infraestrutura tradicional é limitado, mas a criatividade é abundante. " A tecnologia realmente democratiza a oportunidade para uma PME competir sem exigir tantos recursos", enfatizou.

Eles concordaram que hoje existem condições sem precedentes para que as PMEs acessem tecnologias. Foto: Oscar Vanegas. Compensar
Por sua vez, María Isabel Carrascal, Gerente de Educação, Emprego e Desenvolvimento de Negócios da Compensar, concordou que a adoção da tecnologia não só aumenta a eficiência dos negócios, como também pode melhorar a qualidade de vida dos funcionários. Ao automatizar tarefas repetitivas, os funcionários podem se concentrar em trabalhos estratégicos e criativos, gerando bem-estar e senso de propósito.
Ele explicou que a tecnologia “tem uma grande capacidade de gerar bem-estar e prosperidade para as pessoas (…) Ela transforma os modelos que as empresas têm”, porém, enfatizou que as pessoas não devem ter medo da tecnologia, “ porque ela realmente começará a nos libertar de muitas atividades que são repetitivas, manuais, até chatas”.
René Rojas, cofundador e CEO da HubBOG, enfatizou que hoje é possível criar um aplicativo sem nenhum conhecimento de programação, o que diminui as barreiras de entrada para novas startups.
“Além do medo, há sensibilidade aos problemas que precisam ser resolvidos”, disse Rojas.
Em sua experiência, a tecnologia não só ajuda a otimizar processos de negócios, como também cria experiências únicas e personalizadas para os clientes, como o envio de músicas geradas por IA em ocasiões especiais. Para Rojas, o desafio está em superar o medo dessas ferramentas e começar a integrá-las às operações diárias.
“Hoje, mais do que nunca, é essencial democratizar a inovação, pois isso significa criar caminhos reais para que empresas de todos os portes tenham acesso a tecnologias transformadoras. A X-Tech não deve mais ser vista como um luxo acessível apenas a grandes empresas, mas como um investimento estratégico para impulsionar o desenvolvimento, a competitividade e a sustentabilidade de pequenas e médias empresas”, afirma Sandra Montes, Coordenadora de Desenvolvimento de Negócios da Compensar.
Chaves para seguir em frente: colaboração, foco e ação Ao final do evento, os painelistas concordaram que o caminho para uma PME evoluir para uma organização escalável e tecnológica depende de vários fatores: acreditar em suas capacidades, dedicar tempo para explorar novas ferramentas, manter-se conectada às necessidades do mercado e fortalecer suas redes de suporte.
Uma recomendação prática: dedique duas horas por semana à exploração de ferramentas de inteligência artificial. Em um mês, você notará uma mudança na forma como sua empresa opera, sugeriu Andrés Gutiérrez.
A mensagem final foi clara: as PMEs agora têm mais oportunidades do que nunca para se transformar, se tornar mais competitivas e até atrair investimentos, desde que estejam dispostas a aprender, colaborar e se adaptar ao ambiente digital.

A importância da adoção de ferramentas digitais e da formação de talentos humanos em TIC foi destacada. Foto: iStock
Nesse contexto, existem fundos de compensação como o Compensar, que se posiciona como um aliado estratégico para empreendedores que buscam desenvolver seus negócios com apoio institucional. Segundo María Isabel Carrascal, gerente de educação, emprego e desenvolvimento de negócios, e Luisa Salazar, gerente de inovação, esse fundo de compensação não só oferece treinamento e apoio, mas também conecta empreendedores com empresas afiliadas, oportunidades de mercado e soluções para necessidades reais.
Um dos principais diferenciais da Compensar, segundo sua administração, é a capacidade de abrir sua rede de negócios para novos negócios. "Mais do que investir, o que fazemos é entregar o mercado", afirmaram em entrevista ao EL TIEMPO. Essa estratégia permite que os empreendedores trabalhem diretamente com uma rede de mais de 100.000 empresas afiliadas, em uma dinâmica mutuamente benéfica.
A Compensar desenvolveu um programa de aceleração para startups, que inclui diagnósticos personalizados e trajetórias de transformação adaptadas às características e necessidades de cada empreendedor. "Nosso objetivo é, de fato, acelerá-los e aproximá-los de todas essas novas possibilidades, sem exigir investimento financeiro."
Além disso, o Compensar atua como uma ponte que conecta capacidades e amplia as oportunidades de crescimento para empreendedores . "Passamos a entender como os problemas de negócios são resolvidos com soluções de startups e centros de pesquisa. Não precisamos fazer tudo sozinhos; conectar agrega valor", enfatizou.
O fundo de compensação também identifica o nível de desenvolvimento das startups, desde aquelas em estágio inicial até aquelas prontas para escalar. "Estamos preparados para receber empreendedores com soluções tecnológicas maduras, mas também apoiamos modelos de produção que atendam às necessidades do ambiente."
Pessoas interessadas podem entrar em contato com a Compensar por meio de sua Agência de Emprego e Desenvolvimento de Negócios. O processo começa com o cadastro no site, seguido de um contato inicial para avaliar o status do empreendimento. A partir daí, é definido um caminho de apoio que pode incluir treinamento, conexões com parceiros estratégicos e engajamento com iniciativas internas da Compensar.
Mais notícias em EL TIEMPO *Este conteúdo foi reescrito com o auxílio de inteligência artificial.
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