'Threshold': Como será a nova escultura que ficará em exposição na Biblioteca Pública Virgilio Barco a partir de novembro?

"Umbral", obra de Carlos Castro Arias, será construída em homenagem aos profissionais de saúde que enfrentaram a COVID-19 na Colômbia há cinco anos. Esta proposta artística recebeu uma chamada da Academia Nacional de Medicina e do Ministério da Cultura, Recreação e Esportes.
Sua imponente presença visual e espacial, sua simplicidade e seus múltiplos significados foram os fatores que tornaram esta obra tão marcante, atendendo também aos critérios estabelecidos. Alguns dos requisitos eram: a adaptabilidade da obra ao contexto urbano, sua viabilidade técnica e operacional , seu valor artístico e conceitual, e o cumprimento do orçamento e dos prazos estabelecidos.
Umbral é uma ferida no espaço. Uma presença poderosa que se impõe na paisagem urbana como um grito silencioso, como uma memória suspensa no tempo. Sua estrutura é baseada na cruz, um símbolo reconhecido em todo o mundo.
Um emblema concebido para proteger a vida nos ambientes mais hostis — guerra, desastre, doença — e que, desde suas origens, evoca a presença de pessoal médico encarregado de prestar socorro, neutralidade, humanidade", diz Arias sobre o significado de sua obra.

Foto do Limiar : Cortesia
E acrescentou: "A obra toma essa cruz, a quebra, a fragmenta, a torna vulnerável. As mais de 50 barras de aço que a compõem — dispostas horizontal e verticalmente — não formam mais um sinal perfeito. São vestígios de um equilíbrio quebrado, ecos de um sistema tensionado pelo peso do irremediável. Cada barra se torna um pilar, uma vértebra dentro de uma coluna quebrada, mas ainda em pé. Juntas, elas sustentam um bloco de pedra monumental, com mais de cinco toneladas, que simboliza o imenso fardo emocional da presença do coronavírus que a equipe médica teve que carregar durante os dias mais incertos da pandemia."
A peça, com mais de oito metros de altura e quase sete metros de largura, ficará no polígono da Biblioteca Pública Virgilio Barco, na altura da Rua 63, em frente ao Parque Simón Bolívar.
Nesse sentido, Mauricio Uribe González, presidente da Sociedade Colombiana de Arquitetos, que também integrou o júri, afirma que "Bogotá é uma cidade de esculturas. Possui quase 400 monumentos comemorativos e obras de arte em espaços públicos. E poderia ter muitos mais. Daí a importância de propor novas visões da arte na cidade e o objetivo de democratizar ainda mais a arte."
Para Santiago Trujillo Escobar, Secretário de Cultura, Recreação e Esportes, “esta é uma obra monumental e poderosa, um dispositivo dotado da força e da beleza que definem o contraste que o enfrentamento e a sobrevivência de uma pandemia representaram para nós como sociedade, graças aos enormes esforços dos profissionais de saúde em todos os níveis de atendimento e a um profundo compromisso ético. 'Umbral' será um novo marco escultórico permanente para a cidade, cuja entrega será em novembro próximo.”
eltiempo