Psicóloga explica o que é e como funciona a síndrome da falsa memória

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Memórias com pouca informação são completadas pelo cérebro. Foto: iStock

A síndrome da falsa memória, também conhecida como síndrome da falsa recordação, é a experiência que algumas pessoas têm de relembrar eventos nos quais nunca estiveram presentes e criar experiências fictícias.

Com base nisso, Julia Shaw , psicóloga da University College London, decidiu realizar uma pesquisa que a levou a fazer com que um grupo de estudantes universitários alegasse ter se envolvido em certos crimes, mesmo que isso não fosse verdade.

Eventos traumáticos também podem alterar memórias. Foto: iStock

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Para este estudo, a profissional utilizou informações fornecidas pelos pais dos participantes, que a ajudaram a sugerir detalhes específicos dos cenários irreais que ela apresentou a eles por meio do exercício da imaginação.

Após implementar o experimento, o especialista percebeu que 70% dos voluntários conseguiram descrever cada um dos supostos atos que cometeram , mesmo que eles não tenham acontecido.

Após obter os resultados de sua análise, a psicóloga demonstrou que, independentemente de uma pessoa ter ou não boa memória, o cérebro tem a capacidade de criar cenários irreais e manter facilmente falsas memórias.

Shaw também explicou que uma grande parte das memórias que as pessoas armazenam em suas cabeças são construídas com base na coleta de dados e experiências, mas elas não são um registro preciso dos eventos.

As memórias não são um registro preciso dos eventos. Foto: iStock

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De acordo com um estudo publicado na revista científica Current Biology, quando um humano cria uma memória com pouca informação, o cérebro recria uma situação semelhante e preenche as lacunas.

Por sua vez, Bryce Vissel, coautor do estudo, observou que, para que as memórias sejam úteis, elas devem ser bem formadas com os detalhes de um evento, para que a mente não gere cenários fictícios para convencer a pessoa.

Síndrome da falsa memória. Foto: iStock

Ele também mencionou que “no mundo real, muitas memórias provavelmente são imprecisas”, principalmente porque muitas das situações que compõem a vida tendem a ser breves ou repentinas.

Vissel também mencionou que a sugestão costuma ser a causa mais comum dessa síndrome, então as memórias podem ser influenciadas por outras pessoas, informações incorretas e até mesmo fatores psicológicos.

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