Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Spain

Down Icon

Rádio Aconcágua: paracetamol, vacinas, gravidez e autismo

Rádio Aconcágua: paracetamol, vacinas, gravidez e autismo

O chefe de Neurologia do Hospital Central, Andrés Barboza, alertou na Rádio Aconcágua sobre a desinformação nas redes sociais sobre questões de saúde.

O uso de medicamentos durante a gravidez costuma gerar receios, e as redes sociais costumam amplificar esses receios com informações confusas ou incompletas. Nesse contexto, Andrés Barbosa, chefe da Unidade de Neurologia do Hospital Central , conversou com a Rádio Aconcágua para esclarecer alguns pontos.

Em relação ao uso de paracetamol, o especialista recomendou "muita cautela antes de divulgar dados tão facilmente". Embora existam estudos populacionais que sugerem uma possível associação, ele enfatizou que o risco real é mínimo: "É de 0,09%. É muito improvável que uma pessoa que toma paracetamol possa ter um filho que posteriormente desenvolva um transtorno do espectro autista. O risco é tão baixo que não há contraindicação."

Barbosa enfatizou que o problema não está no medicamento em si, mas nos maus hábitos: "Não devemos nos automedicar nem usar em excesso. O uso esporádico para febre ou dor não traz riscos. O importante é entender que correlação não é causalidade. O fato de um elemento estar presente ao lado de outro não significa que seja a causa."

O neurologista ressaltou que, durante a gravidez, praticamente nenhum medicamento pode ser declarado completamente seguro, mas uma gestante também não pode ficar sem tratamento. "Existem alguns medicamentos que são completamente proibidos, mas o paracetamol não. Não podemos permitir que uma paciente sofra desnecessariamente por medo de usar um medicamento na hora certa", explicou.

A conversa inevitavelmente se voltou para o debate sobre vacinas e autismo , que ressurge de tempos em tempos, alimentado pela retórica antivacina. Barbosa foi categórico: “Vacinas não causam autismo, isso é extremamente importante. Nenhum estudo sério sequer encontrou uma correlação. É muito imprudente e irresponsável não vacinar seus filhos. Vacinar-se não é apenas uma questão de se proteger: é um ato de responsabilidade social.”

Com a mesma clareza, ele relembrou as conquistas históricas da vacinação: “Desde Jenner, no século XVIII, as vacinas salvaram milhões de vidas. Hoje, ninguém sabe de uma criança que tenha morrido de difteria, tétano ou varíola, doenças que antes eram causas comuns de mortalidade infantil. Isso mudou porque estamos vacinados.”

Em relação às recomendações médicas, Barbosa distinguiu entre o controverso e o indiscutível: enquanto o paracetamol gera debate, a prescrição de ácido fólico é universal. "Qualquer obstetra prescreve, mesmo antes da concepção, porque a deficiência pode estar associada a malformações. É uma prática preventiva rotineira e não é questionada", afirmou.

Por fim, o neurologista enfatizou a importância do papel da mídia no combate à disseminação de notícias falsas. "Hoje, as mídias sociais são a principal fonte de desinformação. Ali, as dúvidas são reforçadas e a objetividade se perde. O que vocês estão fazendo, consultando especialistas e disseminando informações claras, é essencial. Parabenizo vocês por abrirem este debate, porque o que está em jogo é a saúde de toda a população."

Ouça o artigo completo aqui e você pode ouvir a rádio ao vivo em www.aconcaguaradio.com

losandes

losandes

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow