Colômbia vs. Peru: zeros, vazio e nada... (Meluk lhe diz, opinião)

Na pior de todas as partidas ruins, a seleção colombiana foi, como nunca antes, um espectro sem alma e sem ideais no empate por 0 a 0 contra o Peru em Barranquilla. Vagou mumificada pelo gramado do Metropolitano , com sua casa em ruínas, suas ideias perdidas e seu toque trêmulo e falho. Cada passe era um lamento; cada jogada, um grito abafado de desespero e frustração.
O medo de não vencer, de falhar novamente, imobilizou-o, como se os jogadores, paralisados pelo terror do erro, pelo medo de falhar, estivessem petrificados. E é por isso que falharam novamente.

Colômbia x Peru Foto: EFE
Confusos, como um rato procurando a saída de um labirinto ao sentir o cheiro de um queijo que não existe, eles foram vítimas de sua própria história de terror e acabaram presos em seu próprio pesadelo futebolístico.
Colômbia 0, Peru 0. Que pesadelo sombrio!
Zero a zero... Zero e zero... Em zeros... Vazio absoluto! Nada sartreano!
Sim, exatamente: o nada do futebol entendido como ausência de ser, de seres, de jogadores esvaziados de significado. James jogou? Arias estava lá? Cucho veio? Não vou falar de Durán , o valente, o último refrigerante do deserto... Ele não merece.

Foto Colômbia-Peru : Vanexa Romero/ El Tiempo
Não é um detalhe menor: a linha de ataque com que a Colômbia terminou foi Hinestroza (nada também, vá ver), Suárez (muito pouco) e Campáz (malandros e nada mais).
Esse banco, essa substituição, é a prova de que temos o que temos, de que somos o que somos, que quando Lucho Díaz não está, isso é muito perceptível, mesmo que ainda tenhamos dificuldades quando ele joga...
Este resultado deixou uma sensação de vazio, pois desta vez o desempenho da seleção foi bastante preocupante. Derrotas anteriores foram frequentemente causadas por gols perdidos, como em uma charge de Jhon Córdoba contra Bolívia ou Equador , ou pelos erros de Muñoz nos gols marcados contra o Brasil, por exemplo.

Luis Suárez Foto: Vanexa Romero/ El Tiempo
Contra o Peru , nada foi criado, e o goleiro Kevin Mier defendeu a chance mais clara de toda a partida. Sim, foi o gol de Mier pela Colômbia...
A falta de ideias, a dependência de jogadas previsíveis e a ausência de variações táticas ficaram evidentes ontem, assim como nas partidas recentes.
O técnico Néstor Lorenzo manteve um plano que parece não se adaptar às circunstâncias atuais. Não resolve nenhum problema, não faz nenhuma mudança. Ele só tem um manual de jogo. Ele não tem um plano B.

Foto de James Rodríguez : Vanexa Romero/ El Tiempo
A incapacidade de furar uma defesa como a do Peru (repito, simples, densa e ordenada) era evidente.
A falta de criatividade no meio-campo é impressionante, assim como a falta de pressão e mobilidade para encontrar espaços, marcar um passe, quebrar uma marcação, criar uma dupla jogada...
Esse vazio futebolístico deixa claro que a Colômbia não tem tanto quanto a torcida e a imprensa machista acreditam. A ilusão de "somos mais que todos" se esvai com passes sem sentido e jogadas inúteis.

Colômbia x Peru pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Foto: Vanexa Romero/El Tiempo
Se eles forem para a Copa do Mundo — e esperamos que consigam uma vaga direta — será porque há outras seleções tão perdidas, ou até mais, do que elas.
Hoje, o time não assusta ninguém: é mais um no bando da mediocridade sul-americana, como nós temos sido.
Zero a zero: vazio e nada.
eltiempo