Outro duro golpe para Luis Rubiales após condenação por agressão sexual contra Jenni Hermoso

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) rejeitou o recurso interposto pelo ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, contra a proibição de três anos imposta pela FIFA de exercer qualquer atividade relacionada ao futebol.

Segundo o TAS , o painel que analisou o recurso determinou que a sanção imposta a Rubiales pela FIFA é razoável e proporcional, por ter se comportado de maneira contrária aos princípios do Código Disciplinar da organização durante a final da Copa do Mundo Feminina de 2023, na qual a Espanha conquistou o título contra a Inglaterra.

"O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) rejeitou o apelo do Sr. Luis Rubiales contra a FIFA referente à sua proibição de três anos de qualquer atividade relacionada ao futebol por ter se comportado de maneira contrária aos princípios do Código Disciplinar da FIFA. O Painel de Arbitragem do CAS concluiu que a sanção imposta ao Sr. Rubiales pela FIFA é razoável e proporcional", disse.

O recurso de Rubiales buscava anular a decisão da FIFA, ou alternativamente anulá-la parcialmente e modificar a sanção, ou alternativamente, a aplicação de outras medidas disciplinares.

O Painel de Arbitragem do TAS determinou que o comportamento de Rubiales durante a final da Copa do Mundo refletiu múltiplas e graves violações do Código Disciplinar da FIFA (art. 13) e considerou que não havia razão para considerar a sanção desproporcional, rejeitando assim seu recurso.

A audiência do caso ocorreu em novembro passado, depois que Rubiales recorreu da decisão proferida em 16 de janeiro de 2024 pelo Comitê de Apelações da FIFA, que manteve a suspensão de três anos imposta anteriormente pelo Comitê Disciplinar da federação internacional.

"O Painel de Arbitragem do CAS determinou que o comportamento do Sr. Rubiales durante a Final da Copa do Mundo Feminina da FIFA de 2023 constituiu violações múltiplas e graves do Código Disciplinar da FIFA (art. 13) e considerou que não havia motivos para considerar a sanção desproporcional. O recurso do Sr. Rubiales é, portanto, rejeitado e a Decisão Apelada é confirmada", disse.

Este órgão, após suspender Rubiales provisoriamente por um período de 90 dias logo após a final, o sancionou em 30 de outubro de 2023 por seu comportamento contrário ao seu código disciplinar na área durante a partida e pelo beijo que ele deu na internacional Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação e pelo qual ele foi condenado por agressão sexual a 18 meses com uma multa de 10.800 euros no total.

A FIFA, referindo-se ao beijo, observou que o acusado não ofereceu nenhum pedido de desculpas ao jogador, nem publicamente nem, pelo menos, em particular, e que ele "persistiu em sua negação (publicamente e no contexto do presente procedimento), sustentando (contrariando a declaração inequívoca do jogador) que o beijo foi consensual".

Ela também enfatizou que "ele usou sua posição como presidente da RFEF de forma agressiva e totalmente inapropriada para publicar - em nome da RFEF - declarações usando citações da jogadora que não foram escritas ou autorizadas por ela, e emitiu uma declaração oficial (que foi posteriormente apagada) ameaçando a jogadora (entre outros) com ações legais".

Em sua opinião, Rubiales usou a assembleia geral da RFEF "como um fórum para se defender e distorcer a realidade do beijo a seu favor" e ele e sua comitiva "coagiram emocionalmente o jogador em inúmeras ocasiões a falar e se posicionar a seu favor".

A sentença do juiz penal do Tribunal Nacional, José Manuel Fernández-Prieto, condenou nesta quinta-feira Rubiales por agressão sexual e o absolveu do crime de coação contra Hermoso do qual era acusado, assim como o ex-técnico da seleção Jorge Vilda, o diretor da seleção Albert Luque e o ex-diretor de marketing Rubén Rivera.

Tanto Rubiales quanto Jenni Hermoso e a Associação Espanhola de Futebolistas (AFE), que está movendo a ação penal privada, anunciaram que vão apelar da sentença.