Alertas de Claudio Loser ao governo sobre o dólar e as reservas do Banco Central

O economista Claudio Loser , ex-diretor do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), criticou a gestão do mercado de câmbio e das reservas internacionais pelo Banco Central, afirmando que "o dólar está atrasado" e que o governo deveria adotar políticas "mais ortodoxas e menos dogmáticas" para melhorar a economia geral do país.
" Isso não é um terremoto, é um alerta . O FMI diz que o programa continua com reservas fracas. É algo que o FMI quer ver feito em todos os países, não apenas na Argentina", explicou Loser em declarações de rádio compartilhadas pela NA. Nesse contexto, ele sustentou que, embora "tenha havido uma recuperação significativa em julho", a taxa de câmbio ainda não reflete a competitividade necessária para melhorar a situação externa do país. "O dólar ainda está defasado", insistiu.
Em sua opinião, "a relação dólar-inflação não está tão forte neste momento", por isso considerou crucial que o país "ganhe competitividade e veja como acumula reservas". Ele também criticou as previsões oficiais sobre o câmbio: "Eles estavam errados em pensar que o dólar cairia para 1.000, e é claro que não vão admitir isso", lamentou Claudio Loser.
Em relação à eliminação do LEFI e seu impacto nas taxas de juros, ele sugeriu que houve erros na comunicação da estratégia. "Tenho certeza de que lhes disseram: 'tenham uma política monetária mais ortodoxa, com controles de crédito'. Deveriam ter uma política monetária com metas de inflação, que é o que estão fazendo, mas de forma clara. Ou se apressaram ou não explicaram bem as coisas."
Apesar do tom crítico, Claudio Loser elogiou as reformas fiscais implementadas pelo governo de La Libertad Avanza. "Os aspectos fiscais e monetários estão bem controlados, e esse é o elemento importante para melhorar as coisas", afirmou, embora tenha pedido ao governo que "seja pragmático e não doutrinário em sua posição".
Por fim, o economista se concentrou no desembolso pendente do FMI, que, segundo sua estimativa, "será feito antes do recesso". Nesse sentido, afirmou que "a revisão determinará o que precisa ser feito, mas ele aprovará e aguardará até depois das eleições. Não se trata de uma mudança de estratégia, mas de tática".
"O dólar continua atrasado", alertou Claudio Loser, ex-diretor do FMI.
Após o duro relatório da agência sobre a economia argentina, Loser observou que "eles estavam errados em pensar que o dólar cairia para 1.000. Claro, eles não vão admitir isso". pic.twitter.com/qYpa0CNL1R
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