Carros fabricados no México recuperaram participação de mercado no primeiro semestre de 2025.

Durante o primeiro semestre de 2025, os carros novos montados no México recuperaram participação de mercado em relação ao ano anterior, em um momento em que o governo mexicano está comprometido em promover maior consumo de veículos produzidos internamente.
As vendas destes veículos — de várias marcas — cresceram 7,6%, atingindo 256.880 unidades nos primeiros seis meses do ano, o que contrasta fortemente com a queda de 0,2% nas vendas totais, que se situaram em 709.344 veículos, segundo dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (INEGI).
Esse dinamismo melhorado em relação à média fez com que os carros fabricados no México aumentassem sua participação de mercado de 33,6% para 36,2% na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e 2025.
Vale ressaltar que dos 10 modelos mais vendidos no México durante o primeiro semestre do ano, oito foram montados no país.
Destes, seis modelos se destacaram por apresentarem vendas superiores às do mercado. Em ordem decrescente de vendas, os números são os seguintes: a picape de trabalho NP300 da Nissan aumentou as vendas em 1,2%, para 28.309 unidades.
Em seguida, vieram o sedã KIA K3, com 21.877 unidades (+5,5%); o Nissan March, com 15.441 (+7,8%); o SUV Nissan Kicks, com 12.928 (+14,3%); o SUV Mazda CX-30, com 12.910 (+17,6%); e o novo Volkswagen Jetta, com 10.771 unidades (+25,5%).
O veículo mais vendido do país, o Nissan Versa, teve uma leve queda de 2,8% nas vendas, deixando 43.166 unidades vendidas.
Em 3 de abril, ao relançar o Plano México após o anúncio da política tarifária recíproca dos Estados Unidos, o governo mexicano estabeleceu a meta de aumentar a produção de automóveis no México para consumo interno em 10% e aumentar o conteúdo nacional na cadeia de suprimentos em 15%.
E anunciou que baixaria um decreto com políticas voltadas para esse fim no dia 16 de maio, o que, no entanto, não ocorreu.
Depois do México, a China continua sendo o segundo país com maior número de carros produzidos para venda em nosso país, com 132.187 unidades, o que representa uma queda de 6,8% e uma participação de mercado de 18,6%.
No entanto, é importante destacar que nem todas as marcas chinesas que vendem no país reportam seus dados ao INEGI. É o caso de marcas como BYD, GAC, Geely e Chirey-Omoda, que pararam de reportar em maio passado.
Guillermo Rosales, presidente da Associação Mexicana de Distribuidores de Automóveis (AMDA), explicou esta semana que o potencial de vendas no mercado mexicano é de 2 milhões de unidades por ano; no entanto, esse número estagnou em 1,5 milhão de carros nos últimos anos. "Na medida em que tivermos capacidade de reduzir essa lacuna e tivermos um mercado interno mais forte, haverá oportunidade para maiores investimentos em linhas de produção para que as montadoras produzam carros voltados para o consumo local."
Odracir Barquera, diretor-geral da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA), afirmou que 83% da produção total de automóveis no México é exportada, em comparação com 87% no ano anterior. No entanto, a tendência se manterá nesse nível, restando pouca produção para o mercado local.
"Houve um aumento na venda de carros mexicanos no país. Mas há desafios internos que precisam ser enfrentados para expandir a venda de carros mexicanos", como a regulamentação das importações de carros dos Estados Unidos, que está aumentando a sucata no país, além da concessão de incentivos fiscais para a produção nacional.
Eleconomista