Emprego: Qual é o número preocupante em Mendoza?

Um relatório da Mediterránea mostrou o que aconteceu com os empregos no primeiro trimestre. O peso dos custos e a incerteza macroeconômica.
O relatório sobre a situação econômica de Cuyo, publicado pela Fundação Mediterrânea (Instituto Espanhol de Estatística), apresentou os dados mais recentes sobre emprego e questiona a possibilidade de estagnação. Nesse contexto, detalhou que, em Mendoza, foi registrada uma queda na taxa de emprego total durante o primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. "Por esse motivo, também se observa um aumento na taxa de desemprego", afirma o relatório.
Entre os motivos citados por Ieral para essa situação relacionada ao emprego está o fato de as empresas contratarem mais quando suas vendas melhoram e/ou quando o custo de contratação de trabalhadores diminui. Nesse contexto, eles observaram que, com a desvalorização da moeda em 2002, os custos trabalhistas foram reduzidos ao mínimo em dólares e, com o mundo em crescimento, isso levou a um aumento acentuado do emprego privado na primeira década dos anos 2000.
O Estimador Mensal de Atividade (EMAE) mostrou um declínio significativo até março de 2024, que havia iniciado uma recuperação. A melhora foi interrompida em março deste ano, em parte devido à incerteza em relação ao dólar, gerada pelo próprio governo. Além disso, os setores que apresentaram crescimento foram a mineração (Vaca Muerta, em Neuquén, com retornos muito bons, algo que não ocorre nas demais províncias produtoras de petróleo) e o setor financeiro, devido ao forte aumento dos empréstimos.
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Esses dois setores mais prósperos não são intensivos em mão de obra. Nesse contexto, os custos da mão de obra em dólares aumentaram acentuadamente ao longo de pouco mais de um ano, em meio à queda nos preços dos produtos exportados. Isso não só dificulta o aumento das contratações, como também levanta a questão de por que o desemprego não está mais alto. Entre as respostas dadas está o alto custo das indenizações por rescisão, que muitas PMEs não podem arcar.
A estagnação do emprego privado em Mendoza e em todo o país se deve a uma rede de fatores estruturais que afetam tanto as decisões de contratação das empresas quanto a própria dinâmica da economia. A perda de competitividade devido ao alto custo em dólares, aliada ao desenvolvimento tecnológico de diversos setores, limita a criação de novos empregos , especialmente em setores que historicamente absorveram a maior força de trabalho.
"A isso se soma a falta de dinamismo em setores-chave e a incerteza macroeconômica e política que desestimula decisões de investimento e expansão", detalhou a Fundação Mediterrâneo. O relatório acrescentou que é essencial avançar com uma agenda que permita a recuperação do emprego por meio de três pilares principais: redução dos custos trabalhistas não salariais (impostos, indenizações e litígios) e redução dos custos gerais (especialmente custos tributários e regulatórios).
Também é importante promover o crescimento sustentado da produtividade por meio do aumento do investimento e da tecnologia. "Só assim poderemos caminhar para um modelo de crescimento mais estável, capaz de gerar empregos de qualidade a médio e longo prazo", detalhou a análise prospectiva.
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