Moody's alerta para falhas nos EUA apesar da estabilidade

NOVA YORK (EFE) — A Moody's rebaixou ontem a nota de crédito dos Estados Unidos de "Aaa" para "Aa1" devido ao aumento da dívida pública e dos pagamentos de juros na última década, mas melhorou sua perspectiva, que antes considerava "negativa", para "estável".

"Sucessivos governos dos EUA e o Congresso não conseguiram chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e aumento dos custos de juros", disse a Moody's , uma das principais agências de classificação, em um comunicado.

A notícia surge depois que um grupo de legisladores republicanos bloqueou o progresso de um controverso plano de redução de impostos promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump , que busca expandir as isenções fiscais de seu primeiro mandato (2017-2021) e incluir novos cortes de impostos.

Os Estados Unidos permanecem no topo da escala de classificação 21 da Moody's, um nível abaixo da classificação mais alta, "Aaa". As outras duas grandes agências de classificação, Fitch e S&P, retiraram o país do topo do ranking em seus próprios sistemas anos atrás.

A Moody's acredita que as propostas ainda "em consideração" não reduzirão materialmente os gastos obrigatórios ou os déficits e prevê "déficits maiores" na próxima década, bem como resultados fiscais que "se deterioram" em comparação a outras dívidas soberanas de alta classificação.

"Se a Lei de Cortes de Impostos e Empregos de 2017 (de Trump) for prorrogada, que é nosso cenário base, isso adicionará cerca de US$ 4 trilhões ao déficit fiscal federal primário (excluindo pagamentos de juros) na próxima década", alerta a instituição.

Em relação à perspectiva "estável", ele sustenta que os EUA mantêm "pontos fortes de crédito excepcionais, como o tamanho, a resiliência e o dinamismo de sua economia e o papel do dólar americano na reserva cambial global".