Resíduos plásticos, a grande ameaça

O lixo plástico se tornou uma das maiores ameaças à vida. Ele tomou conta de solos, rios e oceanos, degradando e destruindo a saúde e o habitat de muitos organismos e, claro, a saúde de nós, humanos, também.
Neste mesmo espaço, comentei que o problema do desperdício de plástico no mundo começou quando a necessidade se tornou loucura, e começamos a gerar produtos que beiravam o absurdo: embalagens e mais embalagens que eram usadas por apenas alguns minutos.
Uma pesquisa realizada pela World Wildlife Foundation (WWF) e pela Universidade de Newcastle, na Austrália, descobriu que os humanos podem estar ingerindo até cinco gramas de plástico por semana por meio do que comemos, bebemos e respiramos — o equivalente a um cartão de crédito!
O plástico é um material acessível, durável e flexível, onipresente na vida moderna, desde embalagens, utensílios domésticos e carros até roupas e produtos de beleza. E não é que o plástico em si seja ruim, ele resolveu muitas coisas para nós desde sua criação no século passado; O problema é a forma como ele é utilizado e o excesso que ele tem, e também a forma como ele é descartado.
Estima-se que mais de 280 milhões de toneladas de produtos plásticos, principalmente plásticos de uso único, acabam no lixo todos os anos ou, pior, acabam invadindo, poluindo e danificando os mares e os lugares mais bonitos da Terra.
Os oceanos contêm a maior quantidade de resíduos plásticos — quatro vezes mais do que em terra — e 80% deles vêm, é claro, da superfície terrestre, transportados por rios e córregos das cidades que habitamos.
Sabe-se também que trilhões de fragmentos de plástico flutuam nos oceanos e que organismos marinhos consumiram ou ficaram presos no plástico, até morrerem; imperdoável.
Semarnat está trabalhando em uma política de economia circular que melhora a maneira como os recursos naturais são usados e, assim, ajuda a reduzir a enorme quantidade de resíduos urbanos que geramos. Também está preparando — junto com outras instituições, empresas e organizações da sociedade civil — uma campanha contínua de limpeza de praias e litoral que começará muito em breve.
E não basta apenas limpar; claro que temos que encontrar soluções para evitar que o lixo se espalhe, mas temos que começar mudando a imagem que existe fora do México entre aqueles que nos visitam, que dizem que somos um país bonito, mas sujo.
Hoje, mais do que nunca, precisamos estar cientes de que o plástico de uso único que incorporamos em nossa vida diária tem sérios impactos negativos na vida selvagem e na saúde humana. O desejável é conseguir que os produtos plásticos de uso único, como garrafas PET, bandejas, copos e sacolas plásticas, sejam eliminados de nossas vidas, num compromisso com a vida; a nossa e a dos outros seres vivos com quem compartilhamos o planeta.
* Subsecretário de Biodiversidade e Restauração Ambiental, Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Governo do México
Eleconomista