O governo de Jalisco impõe sigilo total sobre a mega-cascalheira Las Agujas, em Zapopan.

GUADALAJARA, Jal., (apro) .- Autoridades do estado de Jalisco decidiram aplicar sigilo total em relação às informações sobre a vala clandestina localizada na área de Las Agujas, Zapopan.
Eles anunciaram que adiarão a divulgação de detalhes sobre o número específico de restos mortais humanos encontrados em sacos plásticos pretos, bem como os artefatos encontrados no local, "até que uma revisão da área e dos arredores seja concluída".
O coordenador de segurança Roberto Alarcón Estrada comentou que as informações serão gerenciadas centralmente para evitar atualizações diárias.
"Ficou acordado que essas informações só serão fornecidas após a vistoria de toda a propriedade e arredores, para evitar a necessidade de relatórios diários sobre o número de sacos ou restos mortais identificados. Essa será a forma como as informações da propriedade de Las Agujas serão gerenciadas. Ainda não temos um prazo estimado; teremos que continuar trabalhando até a conclusão, e não sabemos quanto tempo ainda levará", disse Alarcón Estrada.
O funcionário mencionou que ainda não se sabe quanto tempo essa revisão levará. Atualmente, a busca está concentrada na parte externa da propriedade cercada.
Por sua vez, o coletivo Guerreros Buscadores de Jalisco informou que 66 sacos contendo restos mortais humanos foram encontrados no local desde o último domingo, 29 de junho, até esta quinta-feira.
Só naquele dia, os ativistas encontraram 12 sacolas no local. Somando isso às 169 sacolas detectadas desde fevereiro passado em uma propriedade vizinha, o número total sobe para 235 sacolas.
O site do Ministério Público Estadual (dados de junho) indica que 38 vítimas de homicídios enterrados clandestinamente foram localizadas no local, das quais 18 já foram totalmente identificadas.
O procurador-adjunto de Investigações Criminais, Alfonso Gutiérrez Santillán, afirmou que os dados "são preliminares e sujeitos a alterações".
"Mas queremos ser muito cautelosos com esse tipo de informação, porque ela está em constante atualização, certo?", disse ele.
Desde terça-feira, funcionários da Comissão Nacional de Buscas (CNB) se juntaram ao trabalho no local, fornecendo equipamentos de geolocalização e máquinas de escavação.
O funcionário estadual indicou que a Comissão "está totalmente disposta a permanecer até que o processamento seja concluído, e está prevista, inclusive, a chegada de membros adicionais da instituição para dar suporte aos trabalhos".
Sobre o primeiro trecho da cava, localizado na mesma área dentro da propriedade cercada, ele disse que o limite de trabalho foi atingido no interior, mas Gutiérrez Santillán acrescentou que ainda há "muito trabalho a ser feito no exterior".
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