'A Imprensa não está preparada para emitir passaportes': Laura Sarabia antes do encontro com o Presidente Petro

Antes de se reunir com o presidente Gustavo Petro, a ministra das Relações Exteriores em fim de mandato, Laura Sarabia, reiterou que a Imprensa Nacional não está preparada para assumir a produção de passaportes e reconheceu que "há uma contingência" no agendamento de compromissos.
"Estamos trabalhando a todo vapor, principalmente para aumentar a capacidade, e insisto: sob a administração do meu Itamaraty, posso dizer que não ficaremos sem passaportes. Toda a equipe do Itamaraty está trabalhando nisso", afirmou antes de entrar na Casa de Nariño.
No entanto, ele afirmou que as decisões sobre o futuro do modelo estão nas mãos do Presidente Petro. "Ele terá que tomar uma decisão nas próximas horas. Continuaremos trabalhando na parte técnica. Os aspectos jurídicos e financeiros desse processo são uma questão que deve ser encaminhada à Imprensa", acrescentou.

Alfredo Saade com o presidente Gustavo Petro em reunião sobre saúde. Foto: Presidência
Nesse sentido, ele reiterou que a entidade não está preparada para assumir o processo quando o contrato com a Thomas Greg & Sons expirar e que um período de transição será necessário.
"Um período de transição para a chegada das máquinas; um período de transição para a capacitação. É claro que todo o governo do Presidente Petro está comprometido em fortalecer a Imprensa, mas esse fortalecimento não depende do Itamaraty", explicou.
Ele acrescentou que concorda com o presidente Petro que a emissão do documento deve ser um processo controlado pelo estado, mas alertou que "isso não acontece da noite para o dia".
As declarações de Sarabia foram feitas horas depois de a Procuradoria-Geral da República realizar uma visita preventiva à sede do Ministério das Relações Exteriores para verificar se as ações do Itamaraty estão em conformidade com as normas vigentes. Com base nessa análise, o órgão de supervisão avaliará se tomará medidas disciplinares contra os supostos responsáveis pelo escândalo dos passaportes.
A origem da crise Desde 2023, o governo tenta substituir Thomas Greg como impressor de passaportes, mas o processo tem sido prejudicado por complicações legais, ações judiciais e decisões anuladas dentro do Ministério das Relações Exteriores.
A polêmica começou em maio daquele ano, quando sete empresas desistiram de uma licitação do Itamaraty, alegando fraude em favor da Thomas Greg & Sons, empresa que produz passaportes desde 2007. Elas denunciaram exigências de exclusividade que somente a multinacional poderia cumprir.

O ex-ministro das Relações Exteriores Luis Gilberto Murillo estendeu o contrato até agosto de 2025. Foto: Itamaraty.
O então Ministro das Relações Exteriores, Álvaro Leyva, suspendeu o processo e o declarou nulo em setembro, alegando posteriormente a urgência manifesta para contratar diretamente a Thomas Greg & Sons para garantir a continuidade do serviço. No entanto, em dezembro, a empresa processou o Estado em 117 bilhões de pesos, considerando o cancelamento do processo injusto, mas desistiu da ação em janeiro de 2025.
Em setembro de 2024, o Ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, prorrogou o contrato até agosto de 2025. Foi anunciado que, a partir de setembro daquele ano, a Casa da Moeda portuguesa fabricaria passaportes na Colômbia e, em seguida, transferiria esse trabalho para a Imprensa Nacional. No entanto, poucos dias antes da mudança planejada, não havia contrato assinado com Portugal, e a Imprensa Nacional não tinha capacidade operacional para assumir a produção.
CAMILO A. CASTILLOEditor PolíticoX: (@camiloandres894)
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