'Foi executado em melhor tempo; o Cartório foi muito cuidadoso': Ministério da Educação sobre contrato de logística eleitoral

Após o presidente Gustavo Petro questionar a transparência das eleições de 2026, a Missão de Observação Eleitoral (MOE) avaliou positivamente o contrato de 2,1 bilhões de pesos concedido pelo Cartório Eleitoral à Thomas Greg & Sons para logística eleitoral . A MOE enfatizou que, diferentemente de processos anteriores, desta vez o contrato foi firmado com antecedência e contou com o apoio de órgãos de fiscalização como a Procuradoria-Geral da República, além da participação de painéis técnicos com observadores eleitorais.
A informação foi confirmada por Diego Rubiano, coordenador do Observatório Político do Ministério da Educação (MOE), em entrevista ao jornal EL TIEMPO durante a quarta sessão da Comissão de Monitoramento Eleitoral. A reunião foi convocada pelo Ministério do Interior e contou com a presença de partidos políticos — embora 13 tenham decidido não comparecer devido a declarações do chefe de Estado —, além do Registro Nacional, da Unidade de Proteção Nacional (UNP), da Força Pública e do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Comissão de Garantias Eleitorais. Foto: César Melgarejo, EL TIEMPO
"Estamos falando de um processo que estava quase dois meses adiantado em termos de contratação, o que não aconteceu em 2022, e isso representa uma janela de oportunidade importante em termos de execução contratual. Foi executado com prazos melhores e mais longos (...). O Registro tem sido muito cuidadoso com esta licitação e também convidou agências reguladoras a participar (...) e esses são elementos importantes", disse ele.
Um dos pontos mais sensíveis neste debate foi a afirmação do presidente Petro de que Thomas Greg seria o responsável pela contagem dos votos. Em resposta, Rubiano enfatizou que a União Temporária, da qual a multinacional é membro, fornecerá suporte tecnológico (plataformas e digitalização) após a assinatura do contrato, mas o processo de contagem propriamente dito será realizado por funcionários independentes .
"O processo de escrutínio é realizado por juízes e tabeliães da República. Neste caso, a União Temporária é responsável por fornecer as soluções tecnológicas utilizadas para carregar essas informações", explicou.

O escrivão Hernán Penagos e o ministro do Interior, Armando Benedetti. Foto: César Melgarejo, EL TIEMPO
Por fim, a MOE observou que as preocupações com as eleições se concentram na deterioração da situação de segurança e no aumento das ações de grupos ilegais. "Registramos 134 atos de violência contra líderes entre 1º de janeiro e 8 de maio", disse Rubiano. Ele acrescentou que foram emitidos alertas sobre o registro de documentos de identidade, que, embora tenha melhorado em relação a 2021, apresenta potenciais irregularidades em 52 municípios.
O que Penagos disse Durante esta sessão da Comissão de Monitoramento Eleitoral, realizada no Hotel Tequendama, o Ministro do Interior, Armando Benedetti, reiterou que a Casa de Nariño tem preocupações quanto ao cumprimento integral de uma decisão do Conselho de Estado que ordena ao Registro a implementação de "correções estruturais" no sistema eleitoral. "Entre essas correções está a de que o software de apuração seja estatal. Mais de cinco anos se passaram e as entidades mencionadas descumpriram parcialmente essas decisões", afirmou Benedetti.

O Cartório de Registro concedeu o contrato eleitoral ao sindicato temporário de Thomas Greg. Foto: Cartório de Registro
Vale ressaltar que, em 2014, o Conselho de Estado encontrou inconsistências de software que impactaram os resultados do MIRA. Essas falhas foram evidentes em 1.412 tabelas, com alterações no sistema em vários níveis: 2.492 registros e 1.130 tabelas no nível departamental; 959 registros e 341 tabelas no nível municipal; e 179 registros e 75 tabelas no nível zonal.
Após esse incidente, o tribunal superior decidiu que o Estado deveria ser o proprietário do software de votação para garantir a segurança e a rastreabilidade completa das transações feitas na plataforma.
Nesse sentido, o registrador nacional, Hernán Penagos, confirmou que o software foi de fato adquirido, mas não da Thomas Greg & Sons, como alega o Presidente da República. "Nas últimas eleições, o software de apuração foi gerenciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), tanto para as eleições para o Congresso quanto para a presidência. Cabe ressaltar que o software foi adquirido da empresa espanhola Indra e será novamente disponibilizado ao CNE", afirmou o funcionário.

Ao fundo, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o Registrador Nacional e o diretor da Universidade Nacional de Porto Rico (UNP). Foto: César Melgarejo, EL TIEMPO
Penagos também anunciou que, para as próximas eleições, será permitido o acesso ao código-fonte do software de contagem de votos, a fim de garantir a transparência dessas eleições e a confiança pública. Ele também afirmou que auditorias externas serão contratadas para monitorar todas as etapas do processo eleitoral e que uma ferramenta de segurança cibernética será adquirida para proteger a integridade do sistema e reduzir os riscos cibernéticos.
Camilo Castillo e Juan Pablo Penagos
eltiempo