Colômbia assina plano de cooperação para ingressar na Rota da Seda da China: foi assim que Petro e Xi Jinping se conheceram

China e Colômbia assinaram um plano de cooperação na quarta-feira, 14 de maio, para a adesão do país ao projeto das Novas Rotas da Seda Chinesas, informou a presidência colombiana por meio do X, após a reunião realizada em Pequim pelos presidentes Xi Jinping e Gustavo Petro.

Trata-se de uma iniciativa por meio da qual o gigante asiático pretende gerar uma rede de comércio internacional e expandir sua influência globalmente por meio da construção de infraestrutura, e mais de vinte países da América Latina e do Caribe já aderiram.

Petro, que se encontrou com Xi na terça-feira na abertura da Quarta Reunião Ministerial China-CELAC na capital chinesa, pediu um diálogo entre civilizações "livre de autoritarismo e imperialismo".

Antes de seu encontro com Xi, Petro anunciou que seu objetivo na China era promover novos acordos comerciais, discutir "diálogo entre civilizações" e defender uma maior abertura da América Latina ao mundo.

Na frente econômica, o presidente colombiano planejou abordar o desequilíbrio comercial com a China, que ele mencionou pouco antes de sua viagem, afirmando que se reuniria com seu colega chinês "cara a cara, não de joelhos", para entender por que a Colômbia mantém um déficit anual de aproximadamente US$ 14 bilhões.

Em 2024, a Colômbia exportou mercadorias para a China no valor de US$ 2,377 bilhões e importou produtos no valor de US$ 15,936 bilhões.

Em termos de investimento estrangeiro direto, entre 1994 e 2023, a China acumulou US$ 813,3 milhões investidos na Colômbia, valor bem inferior ao de países como Estados Unidos ou Espanha, e concentrado em setores como infraestrutura, mineração, energia e transporte .

Além do comércio, a Colômbia busca fortalecer sua cooperação tecnológica com a China. Nesta terça-feira, Petro visitou a sede da Huawei em Pequim, onde, segundo reportagem da rede social X do ministro colombiano de Tecnologia da Informação e Comunicações, Julián Molina, foram discutidas possíveis alianças em inteligência artificial, infraestrutura de dados e conectividade.

O interesse da Colômbia em fortalecer os laços comerciais com a China durante esta visita é controverso devido aos temores em alguns setores de repercussões negativas em seu relacionamento com os Estados Unidos, o maior parceiro comercial de Bogotá.