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Cristina Kirchner, candidata: O Supremo Tribunal Federal já analisa o caso das Rodovias, pelo qual ela foi condenada a seis anos de prisão.

Cristina Kirchner, candidata: O Supremo Tribunal Federal já analisa o caso das Rodovias, pelo qual ela foi condenada a seis anos de prisão.

Neste momento, a Suprema Corte iniciou sua primeira análise do caso Vialidad, pelo qual a ex-presidente Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão. O caso já foi confirmado em apelação pelo Tribunal de Cassação, e resta apenas uma decisão da mais alta corte para sua decisão final. A análise do caso ocorre em um contexto de alta tensão política. Na noite de segunda-feira, a ex-presidente anunciou que será candidata a deputada provincial pela terceira seção eleitoral da Província de Buenos Aires nas eleições de 7 de setembro.

Nesse contexto, o Tribunal está analisando o processo. Uma das queixas recorrentes do ex-vice-presidente é que todos os recursos interpostos no caso Highways perante a Suprema Corte foram rejeitados por falta de decisão final. Isso significa que os pedidos nunca foram considerados por considerarem que os prazos processuais estavam faltando. Com a aprovação do Tribunal de Cassação, a situação mudou, e agora o Tribunal pode analisar todos os recursos.

O que isso significa? O caso já está sob análise dos juízes Horacio Rosatti, Carlos Rosenkrantz e Ricardo Lorenzetti, do Supremo Tribunal Federal. Os três juízes estão analisando os argumentos das partes, que contestam especificamente a decisão do Tribunal de Cassação que confirmou a sentença de Cristina Kirchner. A decisão do Procurador-Geral da República também está na pauta do tribunal.

“Está sendo estudado” é uma frase que se repete hoje nos corredores da Corte, junto com outra máxima frequentemente reiterada quando a política dá especial atenção às decisões dos cortesãos: “A ansiedade da política não marca o ritmo”.

Este caso investigou as 51 licitações rodoviárias concedidas pelos governos Kirchner — por vias irregulares, segundo os fundamentos da condenação — a Lázaro Báez, que mantinha laços comerciais com Néstor e Cristina Kirchner. Direcionamento de processos públicos, falta de fiscalização do andamento dos projetos, canais exclusivos de pagamento, estouros de custos, controles de preços em que o empresário competia consigo mesmo e processos administrativos fraudulentos foram algumas das manobras corroboradas durante o julgamento.

Dois anos após a decisão, o Tribunal de Cassação confirmou o veredito, rejeitando o pedido do Procurador-Geral Mario Villar, que sustentava que o ex-vice-presidente também deveria ser condenado pelo crime de associação criminosa na qualidade de líder. Esta acusação eleva a pena para 12 anos de prisão. Eduardo Casal apoiou a decisão.

Todos os réus se manifestaram contra essa confirmação, mas o Supremo Tribunal Criminal decidiu que o procedimento extraordinário não deveria ser permitido, razão pela qual todos apresentaram uma queixa ao Tribunal.

Com o processo consolidado após o anúncio da decisão do promotor-chefe, Rosatti, Rosenkrantz e Lorenzetti iniciaram a análise do caso. Há pelo menos três caminhos pela frente.

Em primeiro lugar, podem, através do Artigo 280, rejeitar a queixa, ou seja, nem sequer analisar a argumentação apresentada pelas partes. Com esta decisão, a decisão do tribunal anterior, o Tribunal de Cassação, torna-se imediatamente definitiva, e a sentença passa a ser, portanto, exequível.

Como segunda alternativa, os tribunais podem abrir recursos para dar início aos trabalhos de investigação das denúncias apresentadas pelas defesas.

Se esse procedimento for seguido, Comodoro Py deverá ser solicitado a enviar o processo completo. No entanto, o resultado final poderá ser o mesmo: a rejeição dos recursos analisados. Isso também significaria que a condenação seria executável.

Esta decisão implica, para o ex-vice-presidente, uma possível pena de prisão domiciliar de seis anos, além da proibição permanente de exercer cargos públicos. A isso se somam as perdas impostas com base nos danos causados, estipuladas em 85 bilhões de pesos, valor que o Tribunal solicitou que fosse atualizado caso a decisão seja mantida.

A defesa busca uma solução que contraria essa linha de raciocínio: que, com a abertura da denúncia e sua posterior análise, seja anulada a decisão do STF sobre a dúplice moral conferida à condenação por corrupção.

Há uma terceira possibilidade: um recurso "combinado", como alguns especialistas indicaram em resposta a uma consulta do Clarín. O Tribunal pode abrir os recursos, rejeitando todos, exceto o do Ministério Público. O Tribunal de Cassação pode então ser solicitado a rever a alegação do Promotor Villar, que exige o dobro da pena de Cristina.

Nesse caso, inicia-se outro processo judicial, que levará bastante tempo. Uma nova câmara do Supremo Tribunal Criminal terá que assumir o caso, visto que a câmara interveniente (Capítulo IV) já se pronunciou sobre o assunto.

Aqueles que analisam as decisões do Tribunal e estão familiarizados com sua jurisprudência veem que esta última alternativa seria a menos provável.

Cenário “sem precedentes”

Enquanto esse calendário — sem prazos pré-estabelecidos — avança, o calendário eleitoral tem datas mais específicas. As listas para as eleições de Buenos Aires se encerram em julho, e Cristina Kirchner começará a fazer campanha antes das eleições de 7 de setembro.

Tanto no judiciário quanto em alguns círculos políticos, há vozes que concordam em argumentar que a decisão do ex-vice-presidente de concorrer enquanto aguarda a decisão da Suprema Corte cria um "cenário sem precedentes".

Aqui, também, surgem algumas questões. Cristina Kirchner está liderando a campanha eleitoral, e o que acontece se, durante a campanha, o Supremo Tribunal Federal decidir sobre o caso das Rodovias, mantendo a decisão?

Nesse caso, "se a decisão do Tribunal for anunciada em plena campanha eleitoral, sem que as eleições tenham ocorrido, não haverá mais debate sobre ela. Ele não poderá tomar posse porque a decisão que o impede de exercer cargos públicos será definitiva", explicou uma fonte judicial ao Clarín.

Se o calendário se estender um pouco mais, concedendo a Cristina Kirchner a vitória eleitoral nestas eleições de meio de mandato, e a decisão do Supremo Tribunal Federal for posteriormente anunciada, "então a Câmara dos Deputados não deverá empossá-la, razão pela qual ela não poderá tomar posse", explicou outra fonte judicial.

Uma segunda possibilidade é que tudo aconteça ainda mais tarde. Ou seja, o ex-vice-presidente é eleito, empossado e, após esse ato formal e oficial, o tribunal superior emite sua decisão.

"Nessa circunstância, é o próprio Congresso (no caso, o legislativo provincial) que deve expulsá-la, retirando-lhe a imunidade, para que a decisão seja executada, o que tem duas consequências imediatas: privação de liberdade e inabilitação para o exercício de cargos públicos", explicou uma fonte judicial com ampla experiência em Comodoro Py.

Outro funcionário do judiciário que analisou esse segundo cenário acrescentou: "Se ela assumir o cargo e o Tribunal decidir posteriormente, Cristina Kirchner deverá renunciar pelo mesmo motivo: idoneidade moral devido a uma condenação judicial definitiva."

A verdade é que, diante de todos os cenários que se apresentam, a discussão será encerrada quando os juízes Rosatti, Rosenkrantz e Lorenzetti anunciarem sua decisão sobre a condenação de Cristina Kirchner, que já conta com duplo índice de aprovação.

Clarin

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