Ex-ministro Cristo defende implementação do acordo de paz durante o governo Petro após críticas de Santos.

As críticas do ex-presidente Juan Manuel Santos ao governo de Gustavo Petro sobre o progresso na implementação do Acordo de Paz de 2016 desencadearam um novo confronto, desta vez com Juan Fernando Cristo, um de seus ex-ministros e figura-chave na elaboração dos acordos que encerraram o conflito com as FARC.
"Nunca fui hostil a este governo. Isso é invenção de alguns. Não apoiei Petro, não votei nele; a única coisa que pedi a ele foi que implementasse o Acordo de Paz, o que ele não fez", disse Santos em declaração à imprensa na quarta-feira.
O ex-ministro do Interior, que também trabalhou com o governo Petro na criação do plano de choque para acelerar a implementação do acordo, defendeu os progressos feitos durante esta administração e chamou as declarações de Santos de "joviais".

Gustavo Petro, Presidente da Colômbia. Foto: Ovidio Gonzalez. Presidência
“Lamento que a pressão de algumas pessoas e seu desconforto com o governo e sua política de Paz Total tenham levado vocês a fazer declarações errôneas e injustas sobre a implementação do acordo. Vocês certamente foram mal informados. (...) Apesar das dificuldades institucionais e do fato de que o progresso ainda é insuficiente, é leviano dizer que nada foi feito”, disse Cristo.
O ex-funcionário listou 16 avanços que, em sua opinião, foram alcançados durante os três anos em que o acordo esteve sob o lema da "paz total". "A implementação do acordo voltou a ocupar um lugar importante na agenda pública do país", afirmou.
Cristo acrescentou que nos últimos meses foram submetidos ao OCAD Paz 689 projetos do PDET, que abrangem recursos que totalizam 11,6 bilhões de pesos, e destacou a reativação das sessões do CSIVI.
"Apresentaremos ao Conselho de Segurança da ONU em outubro de 2024 um plano de choque com seis linhas de ação: reforma rural, segurança, acesso à terra, pactos territoriais, participação cidadã e fortalecimento institucional", afirmou.

Cristo destacou os recursos que chegaram aos municípios do PDET. Foto: Agência de Renovação Territorial
Ele também destacou os avanços na implementação de iniciativas nos 170 municípios do PDET por meio de pactos territoriais, a ampliação do mandato desses municípios, a aprovação no segundo debate da Lei de Jurisdição Agrária e a assinatura dos primeiros pactos territoriais em Catatumbo, Nariño e Cauca.
"O decreto que concederá ao Ministério do Interior um voto na OCAD Paz (Comissão Nacional para a Promoção da Paz), fortalecendo a governança e o impacto no investimento regional, está atualmente em andamento", acrescentou.
Cristo encerrou sua mensagem com um novo apelo ao ex-presidente Santos, a quem criticou por suas declarações não refletirem seu compromisso com a paz.
“De onde quer que eu esteja, caro ex-presidente @JuanManSantos, continuarei a defender a causa da implementação do acordo, convencido de que a chave para a paz neste país reside no acordo que o senhor liderou e que ajudei a concretizar no Congresso como Ministro do Interior. Como já afirmei inúmeras vezes: sem a implementação do acordo, não será possível avançar rumo à paz completa. Ainda temos um longo caminho a percorrer e devemos trabalhar juntos para atingir esse objetivo”, concluiu.

Juan Manuel Santos e Rodrigo Londoño durante a assinatura do acordo. Foto: Héctor Fábio Zamora. Arquivo EL TIEMPO
CAMILO A. CASTILLOEditor PolíticoX: (@camiloandres894)
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