Feijóo concede plenos poderes a Tellado e promove o chefe do seu think tank.

Com a nomeação da madrilena Alma Ezcurra — que liderou o Reformismo21, o think tank criado por Alberto Núñez Feijóo — como a nova secretária adjunta de coordenação setorial e de Jaime de los Santos como chefe de educação e igualdade, o presidente do PP delineou nesta quinta-feira o executivo com o qual pretende deixar a oposição e chegar ao poder. E pretende fazê-lo com a ajuda do seu vice, Miguel Tellado, a quem cedeu o controle total para que, desta vez, possa se mudar para o Palácio da Moncloa.
Três anos depois de se tornar presidente do Partido Popular (PP) e dois anos após sua decepcionante vitória sobre Pedro Sánchez nas urnas, na qual, com a adição do Vox, ficou a quatro cadeiras da investidura, o político galego prometeu garantir que nada dê errado na reeleição.
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A mudança mais significativa é a nomeação de Tellado, fiel escudeiro de Feijóo na Xunta, como número dois do partido. O novo secretário-geral – que também assumirá as funções organizacionais anteriormente exercidas por Carmen Fúnez, responsável pelas políticas de saúde e sociais – supervisionará o partido com a férrea disciplina ideológica que demonstrou como porta-voz do PP no Congresso, onde a impetuosa deputada de León, Ester Muñoz, assumirá o poder.
A atual porta-voz do PP no Congresso também assume as responsabilidades de Carmen Fúnez.O plenipotenciário Tellado terá, portanto, "comando único", como anunciado em Gênova, para a gestão dos assuntos internos, as relações com as regiões autônomas e a concepção e planejamento de campanhas.
Essa medida, que visa "eleitoralizar" o PP, significa que Cuca Gamarra, militante do partido que ocupou altos cargos no governo de Mariano Rajoy e Pablo Casado, foi rebaixada um nível na liderança, mas sem deixar o comitê de gestão, onde administrará a Justiça.
Em suma, será Tellado, juntamente com o restante do núcleo galego de Feijóo, quem assumirá o comando do PP na partida final, que será disputada em um jogo de tudo ou nada quando Sánchez — mais cedo ou mais tarde, esperam eles — convocar eleições. Uma aposta arriscada.
O deputado Jaime de los Santos também integrará o novo comitê executivo de Feijóo.Chegar até aqui não foi fácil para Feijóo. Ele vem abrindo caminho, com a convocação repentina do congresso extraordinário servindo como o marco necessário para impor suas opiniões, tanto internamente, por meio da reforma dos estatutos e da revisão de um sistema de primárias que ele nunca gostou e que conseguiu evitar ser contestado pela líder madrilena, Isabel Díaz Ayuso, quanto externamente, com o comitê político, liderado pelo andaluz Juanma Moreno, deixando em aberto a futura estratégia de pactos com a extrema direita e as forças nacionalistas.
Leia tambémÉ neste contexto que Tellado emitiu ontem um alerta ao Junts e ao PNV por seu apoio "cúmplice" ao governo: "Eles assumirão a responsabilidade pelo que estão fazendo nas urnas, não tenho dúvidas", previu o líder do PP na Telecinco. "Isso é problema deles; a história os julgará."
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