O deputado David Racero foi criticado por gravações de áudio que supostamente demonstram condições irregulares para os funcionários.

Na semana passada, houve duras acusações contra o deputado David Racero, que foi presidente da Câmara no primeiro ano legislativo e é um dos líderes do Pacto Histórico. Primeiro vieram as gravações de áudio sobre suposto tráfico de influência no Sena. Agora, ele vem sendo criticado pelo tratamento dispensado aos funcionários de uma empresa da qual seria dono, o que vai contra o que está proposto na reforma trabalhista.
A revelação foi feita pelo jornalista Daniel Coronell em sua coluna dominical no programa Los Danieles. Ele publicou gravações de áudio que provam que Racero estava contratando trabalhadores para uma Fruver sem atender aos padrões mínimos legais. Eles não teriam benefícios, teriam jornadas de trabalho de 13 horas e possivelmente receberiam menos do que o salário mínimo — este último não está claro devido à falta de data para as gravações de áudio.
"O salário é de um milhão por mês. Não há benefícios, nada: um milhão. E sim, temos que dizer a eles que é em tempo integral. Das sete da manhã às oito da noite, eles sabem (...) um dia de folga por semana, eles têm um dia de folga. Aí temos que descobrir como cobrir isso, e pronto", diz a coluna.
O áudio mostra um comportamento problemático, o que é ainda mais crítico dada a firme defesa da reforma trabalhista por Racero. Isso porque o deputado busca a aprovação do projeto de lei para melhorar as condições dos empregados, mas ele não atende aos requisitos mínimos atualmente estabelecidos em lei.
Isso levou Racero a receber diversas perguntas de oponentes políticos. Por exemplo, o vereador Daniel Briceño, do Centro Democrático, questionou o Pacto Histórico por não se posicionar, especificamente a da deputada María Fernanda Carrascal, que foi a idealizadora da reforma trabalhista.
"Seu colega de partido, David Racero, submete seus trabalhadores a turnos semanais de 78 horas, sem benefícios, sem férias, sem horas extras, sem estabilidade no emprego. Você, como defensor dos direitos dos trabalhadores, vai ficar em silêncio?" foi a crítica de Briceño.
A versão oficial do partido Cambio Radical também fez comentários duros: "Defensores da reforma trabalhista? David Racero propõe contratar uma caixa por US$ 1 milhão por mês, sem benefícios. Turnos de 13 horas (das 7h às 20h), 6 dias por semana. Ela também tem que limpar banheiros, pisos, preparar polpa e muito mais. Isso é emprego decente? Petrismo hipócrita."
O senador Carlos Fernando Motoa, do mesmo partido, seguiu a mesma linha. Ele usou as gravações de áudio de Racero, que ele descreveu como "exploração monstruosa", para criticar outras questões governamentais e a questão trabalhista. "Eles se dizem defensores da classe trabalhadora, mas Gustavo Petro aumentou o número de contratos de serviço dentro do estado", disse Motoa, que também destacou o descumprimento das greves no Ministério do Trabalho.
"O país continuará acreditando que eles são os mais adequados para defender a reforma trabalhista ou os direitos dos trabalhadores?" concluiu o senador da oposição. Outros senadores evitaram fazer comentários pessoais, mas compartilharam críticas alheias em relação ao representante do Pacto Histórico.
Juan Sebastián Lombo Delgado
eltiempo