O Senado demite dois funcionários por "infiltração maciça" nos sistemas de computador dos senadores.

O PSOE ameaça levar o caso ao Ministério Público por suposta espionagem.

A Mesa do Senado anunciou nesta quarta-feira a demissão de dois funcionários após uma denúncia do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) sobre uma possível "infiltração massiva" de equipamentos informáticos confidenciais utilizados pelos senadores "dentro dos serviços" da Câmara, especificamente sua "identidade digital". Além disso, ele levará esses fatos ao conhecimento do Ministério Público.

Fontes da Presidência do Senado disseram à Europa Press que esta decisão foi tomada em reunião do Conselho de Administração regularmente convocada, mas que os acontecimentos forçaram a abertura de um processo disciplinar contra os dois trabalhadores, que respondem pelas siglas JAR e NMG.

O Senado justifica a decisão de demiti-los com base no acordo coletivo de trabalho da Câmara para a prática de infração disciplinar gravíssima, considerando-a "fraude, deslealdade e abuso de confiança nas tarefas que lhes foram confiadas". Até o momento, o número de senadores afetados por essa suposta infiltração em massa não foi divulgado.

Os socialistas também anunciaram a intenção de levar o caso ao Ministério Público, acreditando que "poderia configurar um possível caso de espionagem parlamentar".

O PSOE pediu "uma investigação completa sobre o alcance da infiltração massiva e da violação dos direitos digitais dos senadores". Para isso, dada a "escala e gravidade dos fatos", ele pede que a investigação seja conduzida pelo Ministério Público.

Os socialistas indicaram que essa possível espionagem ocorreu "enquanto vários comitês de investigação estavam em operação" e que alguns dos senadores afetados "são membros socialistas desses comitês".

"A infiltração em massa nos equipamentos informáticos confidenciais dos senadores representa um incidente gravíssimo que pode implicar uma interferência não só nos direitos pessoais dos parlamentares, mas também nas garantias democráticas do seu trabalho como representantes do público", denunciou o PSOE. Ele também quer saber "quantos senadores foram espionados" e "qual conteúdo de seus trabalhos foi alvo de espionagem".