Os movimentos do Pacto Histórico para as eleições de 2026: é assim que está sendo preparada a lista para o Senado
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Em meio à reformulação ministerial do governo do presidente Gustavo Petro, o Pacto Histórico intensifica seus movimentos tendo em vista as eleições presidenciais e legislativas de 2026.
Por um lado, há muita expectativa sobre os escolhidos para concorrer à Casa de Nariño. Um dos nomes mais fortes é o do diretor da Prosperidade Social, Gustavo Bolívar.
Nos próximos dias, sua saída da Prosperidad Social será oficializada e ele não descarta concorrer à Presidência, apesar de ter sido derrotado na disputa pela Prefeitura de Bogotá em 2023 e não ter ficado nem em segundo lugar.
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Gustavo Bolívar, diretor do Departamento de Prosperidade Social. Foto: Cesar Melgarejo
“A probabilidade é alta, sou sincero, principalmente pelos resultados das pesquisas, onde venho crescendo desde outubro: comecei com quatro pontos, depois fui para seis, em outras para nove, e na última cheguei exatamente a 11,9”, disse ele na segunda-feira em resposta às notícias sobre sua saída do governo, que ele esclareceu ainda não ter sido acertada com o presidente Petro, a quem entregou sua carta de renúncia, já que o próprio presidente solicitou a renúncia formal de seu gabinete.
Fontes do Pacto Histórico indicam que a saída de Bolívar é iminente e ele buscará o apoio da esquerda, que, como insiste o presidente Petro, deve ser reeleita.
A questão não é se serei reeleito ou não, a questão é que o projeto deve ser reeleito, o programa deve ser reeleito, devemos fazer mais, mais e mais.
“A questão não é se eu sou reeleito ou não, a questão é que o projeto deve ser reeleito, o programa deve ser reeleito, devemos fazer mais, mais e mais. Isto é só o começo. E este novo começo da pátria colombiana, espero que latino-americana e caribenha, é o começo de uma democracia real, viva e multicolorida", disse o presidente no sábado.
O desconhecido para o futuro de Susana Muhamad Mas as movimentações no gabinete levantaram sérias dúvidas. Nos últimos meses , tem havido especulações sobre a possibilidade de Susana Muhamad buscar o endosso do Pacto para as eleições presidenciais de 2026.
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Ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, durante a COP16 em Roma, Itália. Foto: Ministério do Meio Ambiente
Ele não descartou essa possibilidade após sua renúncia ao Ministério do Meio Ambiente, onde se tornou um dos rostos mais visíveis do Governo Nacional.
“As pessoas me dizem que valeria a pena concorrer a um cargo dentro do Pacto. Também me disseram que eu poderia concorrer à Prefeitura de Bogotá, e Petro me disse para ir ao Senado", disse ele em entrevista a Eva Rey. No entanto, nos últimos dias surgiram rumores sobre sua possível chegada ao Departamento Nacional de Planejamento, apesar de ele ter dito que não se sentaria à mesma mesa que Armando Benedetti, o ministro designado do Interior.
As pessoas me dizem que valeria a pena concorrer a um cargo dentro do Pacto. Também me disseram que eu poderia concorrer à Prefeitura de Bogotá, e Petro me disse para ir ao Senado.
Se Muhamad assumir o cargo, ela será automaticamente desqualificada de participar das eleições de 2026, independentemente de ir para o Senado ou para a Presidência. Mas há quem diga que ele é candidato a prefeito de Bogotá em 2027.
Há outros setores de esquerda batendo às portas, como o questionado ex-prefeito de Medellín, Daniel Quintero, que não é aceito pelos petristas mais radicais. Mas não se pode ignorar que Quintero conseguiu manter cargos importantes no governo. Por enquanto, Quintero está mais próximo de Carlos Caicedo, ex-governador de Magdalena, que também pode jogar de alguma forma na candidatura da esquerda. Camilo Romero, que deixará a embaixada em Buenos Aires, Argentina, nos próximos dias, também é candidato.
Do Senado, aspiraria María José Pizarro, que com sua passagem pela Câmara Alta vem ganhando cada vez mais visibilidade e até pontuando em algumas pesquisas.
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María José Pizarro, senadora do Pacto Histórico. Foto: X: @PizarroMariaJo
Por enquanto, eles estão começando a revelar as cartas e, quando o gabinete for reorganizado, o panorama pode ficar um pouco mais claro.
Movimentações para as listas do Senado Há mais movimentação na Câmara dos Deputados, onde representantes do Pacto começaram a se movimentar para ver quem daria o salto para o Senado no que seria a lista do único partido de esquerda, que ainda não está totalmente formada, mas a ideia é agrupar diversas forças da coalizão com a qual Gustavo Petro chegou ao poder.
Os nomes considerados após uma reunião inicial da bancada são David Racero, Alejandro Toro, Gabriel Becerra, Alejandro Ocampo, María Fernanda Carrascal e Heráclito Landinez.
E hoje haveria várias vagas do Pacto no Senado, como a de Pizarro e Alexander López, que seria desqualificado caso assumisse a função de Chefe de Gabinete, entre outras.
Mas os representantes não seriam os únicos nessa lista, que seria fechada. Figuras como Andrés Camacho, que deixou o Ministério de Minas e Energia, também podem desembarcar por lá.
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Andrés Camacho, ex-ministro de Minas. Foto: Mauricio Moreno
A ordem da lista será uma verdadeira disputa e o que eles pediram é que haja democracia e paridade na definição dela.
A ideia do Pacto é ter um bom número de cadeiras, até mais do que as que temos atualmente – 20 no Senado e 28 na Câmara – para conseguir maior controle do Congresso, esteja ele novamente no governo ou na oposição.
Mas o analista Alejandro Chala, cientista político da Universidade Nacional, não vê isso como algo simples.
“Petro não estará no card desta vez. Petro tem um problema: não sabe como endossar a maioria dos seus votos que, no final das contas, são leais apenas a ele e não a um projeto ou a um partido. O número de votos provavelmente diminuirá porque o efeito cascata será eliminado, mas também é muito provável que haja um voto de punição ao partido no poder", disse o acadêmico.
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As notícias mais importantes do dia 25 de fevereiro Foto:
No entanto, as alianças estão apenas começando e, à medida que os meses passam e se revela quem é quem nessa disputa eleitoral tão esperada, os movimentos da esquerda se tornarão mais fáceis de ler.
eltiempo