Análise do Nothing Phone (3): Originalidade a todo custo?

A Nothing pode ser uma empresa relativamente nova no mundo da tecnologia, mas certamente já sentiu a pressão da sua comunidade. Esta, satisfeita com o Phone (1) e o Phone (2), aguardava ansiosamente o lançamento oficial do terceiro smartphone da empresa.
O Phone (3) finalmente chegou com seu design arrojado e novos recursos, mas a proposta infelizmente não nos convence muito. Confira nossa análise do Nothing Phone (3).
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Vamos abordar o elefante na sala: o design do telefone (3). Desde sua revelação oficial nas redes sociais, o smartphone tem sido alvo de muitas zombarias e críticas por parte dos internautas. Como o design é uma questão altamente subjetiva (gosto, cores, etc.), nossa avaliação deste último não é realmente nossa responsabilidade, além da praticidade do produto, à qual retornaremos mais tarde.
Vamos dar uma olhada rápida na parte frontal do Nothing Phone (3): ele tem um belo painel AMOLED de 6,6 polegadas que parece ser de boa qualidade. É uma pena, infelizmente, que a película usada seja apenas Gorilla Glass 7i, que não garante a melhor proteção contra choques e arranhões. Uma pena para um telefone projetado para ser colocado com a tela virada para baixo sobre uma mesa todos os dias. Ainda notamos as bordas bastante finas e simétricas, que permitem uma boa legibilidade.

As bordas do Nothing Phone (3) apresentam os botões de volume, o botão liga/desliga e o botão "Essential Space", que corresponde à inteligência artificial interna da Nothing. Um recurso que já encontramos no Phone (3a) Pro e que não nos entusiasmou muito na época. Nossa opinião sobre o assunto não mudou muito, e é por isso que recomendamos a nossa análise do smartphone para saber mais:
Além de sua função, o botão "Essential Space" é especialmente fácil de ser usado por engano. Localizado ao lado do botão liga/desliga, não é incomum pressioná-lo ao tentar ligar ou desligar o telefone (3). É um hábito que você terá que adquirir, mas sua textura metálica já ajuda a diferenciá-lo um pouco do botão liga/desliga.
A parte traseira do Nothing Phone (3) é certamente o que mais gerou polêmica nas redes sociais. Totalmente revestida com vidro transparente, essa parte traseira abriga nada menos que três sensores dispostos de forma bastante assimétrica, além do Glyph Matrix e seu botão dedicado, que discutiremos em uma seção dedicada.

No uso diário, o Nothing Phone (3) é excelente para manusear. O smartphone é muito agradável de usar com uma ou duas mãos. Sua estrutura de alumínio proporciona uma sensação de smartphone premium, e os botões se encaixam confortavelmente sob o polegar e os dedos.
Uma tela de muito boa qualidadePara a tela de seu primeiro telefone "carro-chefe", a Nothing optou por um painel AMOLED de alta qualidade. Sem muitas surpresas: a qualidade está lá e é muito agradável visualizar o conteúdo no Nothing Phone (3). O smartphone oferece duas configurações de colorimetria: "normal" e "ativa". É este último modo que vem ativado por padrão e tende a superexpor um pouco as cores na tela do telefone. Goste ou não, preferimos voltar a cores um pouco mais realistas com o modo "normal".
O telefone (3) também possui uma taxa de atualização adaptável que pode ser bloqueada em 120 Hz, 60 Hz ou ajustada automaticamente. Recomendamos esta última opção para economizar bateria quando você não precisa de muita fluidez (ao ler textos, por exemplo). Essa taxa adaptável ainda permite que você aproveite conteúdo fluido e muito agradável, especialmente em videogames cheios de ação.
Desempenho correto para aquecimento muito intensoO anúncio do Phone (3) gerou muitas críticas quando a empresa anunciou que usaria um processador Snapdragon 8s Gen 4. Embora este último possa ser potente, não é o chip mais potente do mercado! Uma traição para muitos entusiastas de tecnologia que esperavam o máximo do primeiro smartphone verdadeiramente grande da Nothing.
No uso diário, o Snapdragon 8s Gen 4 se mostra muito bom. Os aplicativos carregam, fecham e abrem sem lentidão ou travamentos completos do telefone.

Ao executar tarefas mais complexas e que exigem muitos recursos, as coisas ficam mais complicadas. Atualizar Genshin Impact ou Call of Duty Mobile exigirá tanto do processador que o Nothing Phone (3) se tornará praticamente inutilizável devido ao superaquecimento do telefone. Essas temperaturas estão bem acima das recomendadas para uma boa duração da bateria e dos componentes do telefone. Portanto, recomendamos não tocar no telefone ao atualizar um jogo e deixar o processo seguir seu curso.
Infelizmente, esse aquecimento também é sentido quando os jogos são iniciados em qualidade muito alta por mais de trinta minutos. Se os gráficos forem muito bons e a fluidez exemplar (60 ou 120 FPS são facilmente alcançados), não é necessariamente aconselhável jogar jogos longos com o Nothing Phone (3).
A Matriz de Glifos é o gadget definitivo do NothingOs smartphones Nothing anteriores geralmente apresentavam um sistema chamado "Glyph". Esse conjunto de LEDs na parte traseira do iPhone (1) ou iPhone (2) permitia colocar o dispositivo com a tela voltada para baixo sobre uma mesa e receber notificações acendendo os LEDs. Esse sistema também permitia diversos truques, como monitorar a bateria com uma barra que acendia gradualmente ou usá-la como uma luz mais suave do que um flash para fotos.
Para o seu Nothing Phone (3), a empresa optou por uma pequena revolução: adeus aos LEDs e olá à "Glyph Matrix". Esta pequena tela de pixels permite que você desfrute de diversas funções (8 no lançamento), como uma bússola solar, a exibição das horas ou da bateria, um espelho Glyph (todo em pixels, portanto) ou um "giro da garrafa". Pequenos gadgets muito divertidos, mas que rapidamente nos acostumamos com o dia a dia para reter apenas os principais, como a hora ou o nível da bateria.

Para seu primeiro grande smartphone, a Nothing equipou o Phone (3) com três sensores de 50 Mpx com uma lente principal, uma lente telefoto com zoom óptico x3 e uma ultra grande angular.
Por padrão, o smartphone grava a 12 Mpx para reduzir o tamanho do arquivo. Portanto, lembre-se de "forçar" os 50 Mpx sempre que iniciar o aplicativo da câmera. Os resultados obtidos com o sensor principal ou com a ultra grande angular são bastante bons, mas o foco costuma ser bastante impreciso se houver mais de um objeto no quadro. No entanto, os detalhes permanecem numerosos e a nitidez é excelente. Podemos expressar uma pequena ressalva quanto à colorimetria, que às vezes tende a exagerar um pouco certos tons (principalmente o verde da grama, árvores e gramados), mas nada chocante em si. Alguns reflexos de luz (ou "reflexo de lente" também podem aparecer em certas fotos).



O modo retrato (3) do Nothing Phone aplica um desfoque gaussiano atrás do objeto. Embora você possa escolher entre um desfoque suave ou mais intenso, ambos são bastante pronunciados. Vale ressaltar também que o modo retrato desativa o HDR ao usar a câmera de selfie, o que pode causar a perda de algumas cores bonitas do fundo.


O telefone (3) possui uma lente teleobjetiva que permite um zoom óptico de até 3x. Os resultados são muito bons, com detalhes bem capturados e boa reprodução de cores e exposição. Também é possível aplicar zoom digital de até 60x com ajuste de IA, mas as fotos resultantes geralmente não são muito úteis.



Em fotos noturnas, o iPhone (3) consegue apresentar um bom desempenho. Embora algumas fotos possam apresentar um pouco de ruído (ou seja, áreas degradadas na imagem), a maioria das nossas fotos é muito boa. As cores são muito bem renderizadas e a nitidez permanece decente.


O modo macro, por outro lado, dependerá muito do objeto e da proximidade dele com o sensor do celular (3). Alguns detalhes ficam borrados rapidamente e as cores às vezes ficam muito chamativas em comparação com a realidade.


Para seu primeiro smartphone topo de linha, a Nothing optou por uma bateria de 5150 mAh. Isso representa um aumento de 17% em relação ao iPhone (2), e isso fica evidente no uso. Desconectado da tomada pela manhã, por volta das 8h, o iPhone (3) ainda apresentava 48% de bateria ao final do dia, por volta das 18h. Essa é uma boa pontuação que deve permitir que você o aproveite por mais de um dia, ou até mais, dependendo dos seus hábitos.
Em relação ao carregamento, o Phone (3) é compatível com carregamento rápido, que suporta até 65 W com fio e 15 W sem fio. Aguarde cerca de meia hora para carregar o Phone (3) pela metade e pouco mais de uma hora para carregá-lo completamente.
Nenhuma conectividade e comunicações clarasA Nothing agora conta com diversos dispositivos conectados, principalmente graças à sua filial CMF. Pudemos testar o iPhone (3) com todos os tipos de outros produtos (AirPods, lâmpadas Philips Hue, fones de ouvido Sonos, etc.) e não tivemos dificuldades no uso diário. No entanto, os produtos da Nothing contam com algumas opções a mais, principalmente a exibição em determinados widgets do telefone.
O telefone (3) já vem com Wi-Fi 7, caso você tenha a sorte de tê-lo em casa ou no escritório. O smartphone também suporta Bluetooth 6.0 para garantir excelente conectividade com outros dispositivos.
Do lado das comunicações, o Telefone (3) é compatível com redes 5G se o seu plano for compatível e não encontramos nenhum problema durante nossas semanas de testes.
Nossa conclusão para o teste Nothing Phone (3)A espera por este telefone (3) certamente não o terá favorecido. Se o smartphone se revelar, no geral, muito preciso, acreditamos que o seu preço de lançamento (849 euros na França) seja demasiado elevado para a proposta. O telefone (3) é capaz de tirar belas fotos e tem um design muito original com a sua Glyph Matrix, que causa impacto. Infelizmente, o seu processador tende a aquecer demasiado e as suas fotos ainda carecem de algo que o destaque da concorrência. Portanto, aconselhamos que aguarde algumas reduções de preço ou promoções de fim de ano para obter sucesso.
L'Internaute