"Pelo menos ainda temos títulos para ganhar", nos bares parisienses, a derrota do PSG é relativizada.

"Sem isso, não teríamos sofrido gols", lamenta Antonio, de 47 anos. Radicado no Grand Comptoir d'Alésia (14º arrondissement), o fiel torcedor do PSG está se recuperando da pesada derrota de sua equipe na final do Mundial de Clubes , na noite de domingo, contra o Chelsea (3 a 0) . Mas ele não perdeu o sorriso.
Com uma caneca na mão, os torcedores parisienses estão lidando bem com a derrota. "Esta noite, nos lembramos de que não somos invencíveis", Nico coloca as coisas em perspectiva. "Não importa, eu torço para o PSG, não para o Real Madrid! Não podemos ganhar tudo da noite para o dia. Pelo menos ainda temos títulos para ganhar", continua o frequentador do bar Le Perroquet, a cerca de cem metros do Grand Comptoir d'Alésia.
Com suas camisas vintage e atmosfera aconchegante, este ponto de encontro de fãs estava lotado neste domingo. "Está lotado", disse Patrick Mathieu, gerente do estabelecimento, a dois turistas um tanto desorientados.
Geralmente atordoado pelas derrotas do PSG, o salão não ficou em silêncio desta vez. "Esta noite, foi a última vez que o público compareceu", analisa Florian, de 45 anos, frequentador assíduo do local. "As pessoas estão decepcionadas, obviamente, mas ainda estão rindo", acrescenta seu vizinho de mesa, Nico.
O desinteresse pela competição parece ter superado a decepção esportiva. Alguns até cogitaram brevemente interromper a noite. "A ideia de ir embora me passou pela cabeça", confessa Yannick, de 22 anos.
O Mundial de Clubes não parece estar tocando o coração das pessoas. "É uma porcaria, francamente", diz Yannick, rindo. "Não tem história, não tem legitimidade."
Florian, por sua vez, está especialmente satisfeito por nenhum jogador ter se lesionado. "Essa era a única coisa com que eu estava preocupado depois de uma temporada tão longa. Esta competição não é muito interessante."
Apesar da magnitude da derrota, o principal parece estar em outro lugar. "Perder uma final é sempre frustrante. Mas não nos tira a Liga dos Campeões", insiste Florian. "Estou feliz, vencemos a Liga dos Campeões, é disso que me lembro ", acrescenta Nico.
Permanece uma leve sensação de trabalho inacabado. "É uma pequena mancha em uma temporada excepcional... Gostaríamos de ter terminado de forma diferente."
Já passa das 23h e o apito final soa no salão Perroquet. É hora de voltar para casa, enquanto a chuva começa a cair suavemente em Paris.
Le Parisien