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“Temos de reconstruir a CECA”: Patrick Pouyanné defende uma Europa mais integrada

“Temos de reconstruir a CECA”: Patrick Pouyanné defende uma Europa mais integrada

O chefe da TotalEnergies denunciou uma política competitiva mais voltada para os consumidores do que para as empresas e pediu a criação de "campeões europeus" por meio do aprofundamento do mercado único.

Enquanto François Villeroy de Galhau usava um boné verde com a inscrição "Make Europe Great Again" (Tornar a Europa Grande Novamente) nas reuniões econômicas de Aix-en-Provence em resposta à mensagem de Donald Trump, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, defendeu no sábado uma União Europeia mais integrada, semelhante à que existia com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Ele criticou a política de concorrência que impede o surgimento de "campeões europeus".

"Precisamos agora perceber que a única saída certamente não é raciocinar como queremos fazer hoje, dentro das fronteiras de cada país. Há um continente europeu que precisa ser aprofundado, precisamos reconstruir a CECA", explicou o chefe da gigante energética francesa durante os Encontros Econômicos em Aix-en-Provence.

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A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), um tratado assinado por seis países, incluindo França, Alemanha e Itália, para compartilhar a gestão dessas indústrias, foi uma das bases da UE em 1952. "Por exemplo, não queremos construir turbinas eólicas na França. Mas os alemães gostam de turbinas eólicas: vamos construí-las na Alemanha e construir usinas nucleares na França e simplesmente organizar a interconexão entre os países", ilustrou Patrick Pouyanné. Segundo ele, a necessidade de aprofundar o mercado único se aplica tanto à energia quanto aos mercados financeiros ou às telecomunicações. Ele criticou a política europeia de concorrência, excessivamente focada nos consumidores e insuficientemente nas empresas, o que, segundo ele, impediu o surgimento de "campeões europeus".

Apelando aos europeus para que mudassem o seu "algoritmo", citou o setor das telecomunicações, onde operam inúmeras operadoras, "nenhuma das quais tem massa crítica", ou o veto de Bruxelas à fusão Alstom-Siemens. "Acho que os consumidores europeus estão muito satisfeitos" com tarifas telefónicas mais baixas do que nos Estados Unidos, mas "ao tentarmos sempre tornar as coisas mais baratas, não criamos inovação", criticou. Para Patrick Pouyanné, a melhor forma de fortalecer o mercado único assenta em "coligações de boa vontade" entre determinados países, como aconteceu na criação do euro. "Hoje, ser 27 é demasiado complicado, (...) não podemos avançar ao mesmo ritmo", declarou, "o nosso modelo de unanimidade entre 27 e de querer envolver todos não pode ser a base para melhorar a competitividade europeia". O chefe da indústria também apelou aos líderes políticos para que tenham "uma visão" para "evitar que a nossa Europa se transforme num parque de diversões" .

lefigaro

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