Donald Trump anuncia tarifas de 30% para a União Europeia, a partir de 1º de agosto
O presidente dos Estados Unidos falou diretamente em sua conta do Social Truth, indicando que imporia taxas alfandegárias de 30% aos 27, bem como ao México.
O machado caiu, pelas mãos do próprio presidente americano. Donald Trump anunciou no sábado a imposição de tarifas de 30% sobre o México e a União Europeia, agravando ainda mais as tensões comerciais. Essas tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto, indicou o bilionário em cartas separadas publicadas em sua plataforma Truth Social. Ele justificou essas decisões citando o papel do México no tráfico de drogas para os Estados Unidos e um desequilíbrio comercial com a UE.
No início de abril, o chefe de Estado americano ameaçou a UE com a imposição de tarifas de 20% sobre produtos europeus exportados para os Estados Unidos. No final de maio, frustrado com a falta de progresso nas negociações com o bloco europeu, ele aumentou essa taxa para 50%, com a data de vigência anunciada para 1º de junho, mas que acabou sendo adiada para 1º de agosto.
Pule o anúncioDonald Trump alertou que, em caso de medidas retaliatórias da UE e da imposição de uma possível sobretaxa sobre produtos americanos, esse percentual seria adicionado aos 30% anunciados no sábado para produtos europeus que entram nos Estados Unidos.
A UE respondeu criticando a decisão, mas ainda afirmando estar pronta para continuar trabalhando em um acordo. "Impor tarifas de 30% às exportações da UE interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas vitais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes de ambos os lados do Atlântico", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado. "Continuamos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", acrescentou.
Segundo fontes diplomáticas, as discussões até o momento se basearam em tarifas americanas de 10%, com algumas exceções. No entanto, a Comissão indicou que, por enquanto, não há novas reuniões planejadas entre negociadores americanos e europeus. "Se vocês estiverem prontos para abrir seu mercado fechado aos Estados Unidos, para eliminar suas tarifas, suas medidas protecionistas e barreiras comerciais, consideraremos, se necessário, ajustes" nas tarifas prometidas no sábado, escreveu o presidente americano à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
No caso do México, isso também representa um aumento em relação à tarifa de 25% previamente escolhida. Donald Trump não especificou se essas tarifas se aplicariam apenas a produtos fora do Acordo Canadá-Estados Unidos-México (CUSMA), como seria o caso da tarifa de 25%. Esses produtos não abrangidos pelo CUSMA representam apenas uma minoria do comércio entre os dois países. Contatada pela AFP, a Casa Branca não respondeu imediatamente.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, expressou confiança no sábado de que "chegará a um acordo" com os Estados Unidos sobre tarifas alfandegárias, após o anúncio de Donald Trump. "Chegaremos a um acordo com o governo dos Estados Unidos", garantiu Sheinbaum, referindo-se às próximas negociações que podem levar a "melhores condições" até 1º de agosto, data prevista para a entrada em vigor das novas tarifas alfandegárias.
Pule o anúncioDesde segunda-feira, o governo Trump especificou para cerca de vinte parceiros comerciais, principalmente na Ásia, as taxas que serão aplicadas, variando de 20% a 40%, com exceção do Brasil (50%). Espera-se que cerca de sessenta países, salvo acordo comercial, estejam sujeitos a sobretaxas superiores a 10%, o nível mínimo que será aplicado aos demais, com Canadá e México sendo casos especiais. Na quinta-feira, Donald Trump informou às autoridades canadenses que as taxas alfandegárias de 35% entrariam em vigor em 1º de agosto.
lefigaro