Formiga americana compra elefante sueco Northvolt

O anúncio da Lyten na quinta-feira, 7 de agosto, tranquilizou e surpreendeu os moradores de Estocolmo. A ideia de que uma startup californiana, com cerca de 325 funcionários, queira adquirir uma empresa que, na época do pedido de falência (em 12 de março), contava com 5.000 funcionários somente na Suécia, é motivo de preocupação. "É Davi comprando Golias", maravilha-se o Svenska Dagbladet . Ou "uma formiga atacando um elefante ferido", acrescenta o Dagens Nyheter .

Além disso, a empresa americana — que também é especializada em baterias elétricas — afirma ter um financiamento equivalente a 540 milhões de euros, enquanto a Northvolt arrecadou quase 9 bilhões para administrar seus locais de projeto e produção de baterias para carros elétricos, destaca o Svenska Dagbladet .

No entanto, "a Lyten nos deixa no escuro" ao simplesmente dizer que "investidores privados" se juntariam a ela para financiar a transação, observa o Dagens Nyheter. O comprador não especificou o valor que estava disposto a pagar, indicando, no entanto, que os ativos da Northvolt eram avaliados em cerca de 50 bilhões de coroas (4,5 bilhões de euros).

O mesmo jornal também observa que as baterias produzidas até agora pela Lyten nos Estados Unidos “ainda não são usadas na produção em massa de carros”. Além disso, a tecnologia usada (lítio-enxofre) difere daquela escolhida pela Northvolt (íon-lítio) em sua principal unidade de produção, na megafábrica de Skelleftea (norte da Suécia).

Dito isso, a Lyten já assumiu a fábrica da Northvolt na Polônia e uma de suas empresas localizadas nos Estados Unidos, observa o Expressen . A estas se juntarão as fábricas de Skelleftea e Heide (Alemanha), bem como o laboratório sueco em Västeras (a oeste de Estocolmo). Isso, desde que as autoridades americanas e suecas deem sinal verde até o final do outono.

Em Estocolmo, a Ministra da Empresa e Energia, Ebba Busch, comemorou o resultado. "Esta é uma vitória para a Suécia [...] e sua posição como um elemento-chave para a independência energética europeia", declarou ela no X.

Em entrevista ao Aftonbladet , um dos ex-funcionários da fábrica de Skelleftea disse estar pronto para retornar ao trabalho. "Mas estou cético, considerando como as coisas terminaram" para a Northvolt na primavera passada.