Fraude na indústria vinícola: 30% dos produtores praticam práticas desleais na produção de vinho

Durante dois anos, em 2022 e 2023, a DGCCRF fiscalizou 7.800 estabelecimentos, da produção à venda, sobre a rastreabilidade dos vinhos oferecidos.
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Quase 30% dos produtores de vinho se envolvem em práticas desleais de produção de vinho, de acordo com uma pesquisa da Direção Geral de Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controle de Fraudes da França (DGCCRF), revelada na quarta-feira, 9 de julho, pela France Inter.
Ao longo de dois anos, em 2022 e 2023, a DGCCRF inspecionou 7.800 estabelecimentos, desde a produção até a venda, para verificar a rastreabilidade dos vinhos oferecidos. Nos 1.600 estabelecimentos de produção inspecionados, foram detectados 30% de casos de fraude.
Investigadores da Agência Francesa Antifraude analisaram os vinhos em um laboratório especializado em Pessac, Gironde. Após a destilação, a separação de todos os componentes líquidos do vinho, os biólogos conseguiram determinar se o produtor havia adicionado açúcar para aumentar o teor alcoólico do vinho, mesmo sem estar autorizado a fazê-lo.
Alguns produtores também adicionam corantes para "responder às tendências de consumo da moda, como o vinho azul", explica Marie Suderie, porta-voz da DGCCRF. Ela ressalta que "a adição de corantes é proibida no setor vinícola".
E nos 30% dos estabelecimentos com práticas desleais de vinificação, a fraude mais grave diz respeito à origem do vinho. "Sancionamos amplamente comerciantes de vinho que organizaram a afrancesação de vinhos espanhóis", explica Marie Suderie. Isso representa "34.000 hectolitros de vinhos espanhóis" que os produtores fizeram passar por franceses. Esses comerciantes foram condenados a uma multa de um milhão de euros e a dois anos de prisão com pena suspensa. Os investigadores da DGCCRF também identificaram práticas desleais de vinificação em 40% dos distribuidores de vinho – bares, vinícolas ou supermercados.
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