Diante da destruição de anticoncepcionais decidida pelos Estados Unidos, França garante que "não tem meios" de "requisitar estoques"

A Bélgica anunciou que iniciou esforços diplomáticos com os Estados Unidos para explorar todos os "caminhos possíveis para evitar a destruição desses produtos".
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Após a decisão de Donald Trump de destruir milhões de dólares em contraceptivos , principalmente implantes e DIUs, armazenados na Bélgica, a França garantiu na sexta-feira, 1º de agosto, que "não tinha meios" de requisitá-los. "Infelizmente, não há base legal para a intervenção de uma autoridade sanitária europeia, muito menos da Agência Nacional Francesa para a Segurança dos Medicamentos (ANSM), para recuperar esses dispositivos médicos", explicou o Ministério da Saúde, contatado pela AFP.
Essa impossibilidade foi inicialmente justificada pela natureza dos estoques, que não são considerados "medicamentos de grande interesse terapêutico (MITM)" , e pela quantidade de contraceptivos já presentes na França. "Não estamos em situação de tensão de fornecimento", esclareceu o ministério.
Soma-se a isso a falta de informações sobre o local da incineração dos contraceptivos, assegura o governo, enquanto alguns meios de comunicação anglo-saxões noticiam um plano de destruição na França. A Bélgica, por sua vez, anunciou que iniciou esforços diplomáticos com os Estados Unidos para explorar todas as "vias possíveis para evitar a destruição desses produtos".
Na terça-feira, vários políticos eleitos desafiaram Emmanuel Macron, denunciando "desperdício intolerável de saúde e financeiro". Esses produtos, principalmente DIUs e implantes, eram inicialmente destinados a "países de baixa e média renda, como parte dos programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional" (USAID), desmantelados pelo governo Trump .
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