Rússia restringe chamadas via WhatsApp e Telegram

A Rússia anunciou na quarta-feira que está restringindo chamadas feitas via WhatsApp e Telegram, uma nova medida repressiva das autoridades após o bloqueio de vários sites de mídia social ocidentais nos últimos anos.
"Para combater criminosos, medidas foram tomadas para restringir chamadas nesses aplicativos de mensagens estrangeiros (WhatsApp e Telegram)", informou a agência de notícias estatal Ria Novosti, citando o órgão de vigilância das comunicações russo.
As autoridades russas acusam esses serviços de mensagens de facilitar fraudes e "envolver cidadãos russos em atos de sabotagem e atividades terroristas", acrescentou a mesma fonte.
No final de julho, o presidente russo Vladimir Putin assinou uma lei restringindo ainda mais a liberdade de expressão.
VPNs na miraA nova lei visa punir buscas na internet por conteúdo classificado como "extremista" e proíbe a promoção de VPNs (Redes Privadas Virtuais), que protegem os usuários criptografando seus dados, sistemas amplamente utilizados na Rússia para driblar a censura.
Desde 2024, a plataforma de vídeos YouTube só pode ser acessada na Rússia por meio de VPN. E, desde 2022, as redes sociais Facebook e Instagram do grupo americano Meta, declarado "extremista" na Rússia, também estão bloqueadas.
Em julho, o parlamentar russo Anton Gorelkin disse que o WhatsApp, também de propriedade da Meta, deveria se preparar "para deixar o mercado russo" porque havia "uma forte probabilidade de que o aplicativo fosse adicionado em breve à lista de softwares de países considerados "hostis" por Moscou.
Essas declarações levantaram temores de um bloqueio iminente do WhatsApp, um dos serviços de mensagens mais usados na Rússia.
O Kremlin restringiu drasticamente a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão online desde que lançou sua ofensiva na Ucrânia em 2022, concentrando-se cada vez mais em plataformas ocidentais como Google, Facebook, YouTube e X.
Var-Matin