Regime à flor da pele: Se Khamenei for morto, quem governará o Irã? Nos bastidores da batalha pela sucessão do Líder Supremo

Com bombas israelenses atingindo Teerã e altos comandantes iranianos sendo mortos, o Líder Supremo, Aiatolá Ali Khamenei, de 86 anos, está mais isolado do que nunca. Isso gerou questionamentos crescentes sobre quem poderia substituí-lo caso ele morra. Khamenei perdeu vários de seus conselheiros militares e de inteligência mais próximos em recentes ataques aéreos israelenses. Entre os mortos estão Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Amir Ali Hajizadeh, chefe do programa de mísseis balísticos do Irã, e o chefe de espionagem Mohammad Kazemi. Esses homens não eram apenas altos funcionários, mas figuras centrais no círculo consultivo de Khamenei. A perda de importantes líderes levantou dúvidas sobre a força da liderança do Irã e o que pode acontecer com o regime a seguir. Por enquanto, Khamenei permanece no poder. Ele detém a palavra final em todas as decisões importantes no Irã, desde a guerra até nomeações judiciais. Aqueles familiarizados com sua liderança o descrevem como "extremamente teimoso, mas também extremamente cauteloso", uma mentalidade que o mantém no topo desde 1989. Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, é "um alvo fácil" e admitiu que os EUA sabem exatamente onde ele está, cresce a especulação sobre quem pode assumir o poder se Khamenei for eliminado. Embora Trump tenha dito que não há "nenhum plano atual" para matá-lo, ele acrescentou: "Nossa paciência está se esgotando", aumentando os temores de um possível ataque. Com Khamenei cada vez mais isolado e o Irã sob ataque, aqui estão os principais candidatos que podem sucedê-lo se o impensável acontecer. Mojtaba Khamenei Mojtaba, filho de 55 anos do Líder Supremo, é um clérigo de médio escalão que tem permanecido em grande parte fora da vista do público. Acredita-se que ele desempenhe um papel fundamental nos bastidores, coordenando a segurança e os assuntos políticos, e é particularmente próximo da Guarda Revolucionária. Muitos observadores acreditam que Khamenei o vem preparando discretamente para a sucessão. No entanto, uma transferência dinástica de poder pode encontrar resistência até mesmo dentro do establishment conservador iraniano. Ali Asghar Hejazi Como vice-chefe para assuntos políticos e de segurança no gabinete do Líder Supremo, Hejazi exerce enorme influência nos bastidores. A Reuters o descreveu como o oficial de inteligência mais poderoso do país, com supervisão direta das operações de segurança e laços estreitos tanto com a Guarda Nacional quanto com as elites clericais. Ele não é clérigo, mas sua proximidade com Khamenei lhe confere um peso considerável. Mohammad Golpayegani Mohammad Golpayegani é o chefe de gabinete de Khamenei há muito tempo e um de seus assessores mais confiáveis. Ele é conhecido por sua lealdade e discrição. Embora não seja muito conhecido do público, seu profundo conhecimento de como o sistema funciona e seu papel central nos bastidores o tornam um possível candidato surpresa ou peça-chave na escolha do próximo líder. Ali Akbar Velayati Ali Akbar Velayati, ex-ministro das Relações Exteriores e conselheiro sênior de Khamenei para relações exteriores, combina conhecimento religioso com anos de experiência governamental. Ele faz parte do Conselho de Conveniência e apoia firmemente as alianças regionais do Irã. Embora seja respeitado e confiável, sua idade avançada e saúde precária podem prejudicá-lo. Kamal Kharazi Kamal Kharazi, ex-ministro das Relações Exteriores, agora lidera o Conselho Estratégico de Relações Exteriores do Irã. Ele soa mais moderado do que os linha-dura, mas sempre se manteve dentro dos limites do regime. Fluente em inglês e com experiência na ONU, ele ajudou a moldar a diplomacia iraniana após o acordo nuclear. Alguns no governo o veem como uma opção habilidosa e tecnocrata. Ali Larijani Ali Larijani, ex-presidente do parlamento e ex-chefe da emissora estatal iraniana, vem de uma conhecida família clerical em Qom. Conservador com uma abordagem prática, ele é próximo de Khamenei e das forças de segurança, mas também é visto como relativamente independente. Sua experiência e lealdade ao regime o tornam um possível candidato conciliador. A Assembleia de Peritos A Constituição iraniana confere poder de sucessão à Assembleia de Peritos, um órgão de 88 membros, composto por clérigos seniores, eleitos a cada oito anos. Espera-se que este grupo delibere em segredo e possa até nomear um conselho de liderança em vez de um único Líder Supremo. Muitos acreditam que as chances de Mojtaba dependerão da união, da divisão ou da coerção dos membros da assembleia.