Canadá não quer aderir à UE, diz Carney, mas ainda quer laços mais estreitos
O primeiro-ministro Mark Carney diz que o Canadá está "buscando uma parceria mais próxima" com a União Europeia — mas não para se tornar um membro.
Ao falar na cúpula da OTAN na Holanda — onde anunciou a promessa do Canadá de gastar cinco por cento do produto interno bruto em defesa até 2035 — Carney foi questionado se ele já havia pensado em tentar se juntar ao bloco de nações europeias.
"A resposta curta é não", disse ele. "Essa não é a intenção. Esse não é o caminho que estamos trilhando."

"Cooperamos de forma muito mais clara e ampla para benefício mútuo", disse ele. "Não como membro, mas ao longo desse espectro."
Parceria de defesaEsses comentários vêm dias depois de Carney tomar medidas para aproximar o Canadá da Europa . Na segunda-feira, ele assinou uma parceria estratégica de defesa e segurança com a UE — vista como um movimento para tornar o Canadá menos dependente dos Estados Unidos.
Uma declaração conjunta UE/Canadá diz que as duas partes concordaram com uma "nova parceria ambiciosa e abrangente" para "promover prosperidade compartilhada, valores democráticos, paz e segurança" que vai muito além da cooperação em segurança.
Para isso, diz a declaração, o Canadá e a UE lançaram um processo que "aproximará o Canadá e a UE" em diversas frentes, como comércio, cadeias de suprimentos, alinhamento de regulamentações, inteligência artificial, mudanças climáticas, justiça e resposta a crises internacionais, além de segurança e defesa.
Na cúpula da OTAN, Carney reiterou alguns dos valores que, segundo ele, fazem do Canadá "a mais europeia das nações não europeias" — uma frase que ele tem repetido desde que se tornou primeiro-ministro.
Ele destacou os valores compartilhados pelo Canadá e pela UE de "liberdade" e "democracia", bem como a importância que as duas partes atribuem à "solidariedade" e à "sustentabilidade".
Primeira viagem como PMO primeiro-ministro deixou claro seu desejo de trabalhar mais de perto com a Europa desde o início de seu mandato.
Poucos dias depois de tomar posse, Carney fez sua primeira viagem internacional para a França e o Reino Unido .

Antes de uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron durante aquela viagem em março, Carney disse em francês que "é mais importante do que nunca para o Canadá fortalecer seus laços com seus aliados confiáveis, como a França".
Ele disse que a França "compartilha nossos valores e os vive por meio de ações, durante esta era de crise econômica e geopolítica".
"Estamos recebendo vocês e acolhendo-os como amigos com grande alegria", disse Macron sobre o Canadá durante a visita de Carney, destacando as ambições de ambos os países para o "comércio justo e a proteção do planeta".
Essa viagem — cujo objetivo era buscar apoio de dois dos aliados mais antigos do Canadá — ocorreu enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, continuava a atacar a soberania e a economia do Canadá.
O presidente já havia imposto tarifas sobre alguns produtos canadenses e estava ameaçando impor mais — ao mesmo tempo em que afirmava repetidamente seu desejo de que o Canadá se tornasse o 51º estado.
Os dois países estão atualmente em negociações para remover tarifas e contratarifas.
cbc.ca