O deputado conservador Jamil Jivani está preocupado com a falta de um ministro do Trabalho em meio às tarifas de Trump

O deputado conservador Jamil Jivani enviou uma carta ao governo federal dizendo estar preocupado com a falta de um ministro do Trabalho no gabinete do primeiro-ministro Mark Carney em um momento de atrito econômico com os Estados Unidos.

Jivani, que representa Bowmanville—Oshawa North, disse que sua região está enfrentando desafios significativos devido às demissões na fábrica de montagem da General Motors em Oshawa, Ontário, e aos cortes de turnos em um setor automobilístico que foi afetado pelas taxas de 25% do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de veículos para os Estados Unidos.

"Com esses fatores econômicos locais em mente, não é surpresa que muitos canadenses estejam preocupados com a decisão do primeiro-ministro Mark Carney de excluir um ministro do Trabalho do recém-revelado gabinete liberal federal e relegar a pasta trabalhista a uma posição subalterna no governo", escreveu Jivani na carta publicada nas redes sociais na quarta-feira.

O título de ministro do Trabalho desapareceu em março, quando Carney nomeou seu primeiro gabinete, e o título de Steve Mackinnon mudou de ministro do Emprego, Desenvolvimento da Força de Trabalho e Trabalho para ministro do Emprego e Famílias.

Na terça-feira, Carney transferiu a deputada de Thunder Bay, Patty Hajdu, para a mesma função.

O primeiro-ministro também criou um segundo escalão de 10 secretários de Estado — membros do Conselho Privado que não são ministros titulares e só comparecem às reuniões de gabinete quando são relevantes para seus assuntos. Carney nomeou John Zerucelli como secretário de Estado do Trabalho.

Na manhã de quarta-feira, Hajdu disse que a missão do gabinete é "fortalecer a economia canadense e proteger os trabalhadores do choque causado pela mudança no relacionamento econômico com os Estados Unidos".

"E essa é uma tarefa que o primeiro-ministro me deu, junto com muitos outros ministros, para garantir que apoiamos os trabalhadores, não importa o que aconteça", disse Hajdu antes de uma reunião de gabinete.

"O respeito se conquista", diz líder sindical

Carney disse na terça-feira que seu gabinete — que inclui 28 ministros titulares — irá "reforçar as pontes" entre o trabalho, as empresas e a sociedade civil e promover investimentos na construção da nação.

A ausência de um ministro do Trabalho foi notada pelo diretor canadense do Sindicato Internacional dos Trabalhadores da América do Norte, Joseph Mancinelli, que a chamou de "um tapa na cara".

Em uma publicação nas redes sociais na terça-feira, Mancinelli disse que "se o governo canadense quer o respeito dos trabalhadores, talvez devêssemos começar com um Ministro do Trabalho no Gabinete. Respeito se conquista".

A carta de Jivani disse que as tarifas de Trump sobre a indústria automobilística do Canadá ameaçam os meios de subsistência de milhares de trabalhadores.

O deputado conservador pediu ao primeiro-ministro que nomeasse um ministro do Trabalho para o gabinete e trabalhasse diretamente com sindicatos, empresas e líderes da indústria. Ele disse que o governo deveria estender o seguro-desemprego aos trabalhadores afetados e investir em programas de requalificação profissional.

Jivani também pediu políticas para manter a produção na fábrica da General Motors em Oshawa para o mercado interno e para incentivar empresas e consumidores a comprar veículos canadenses por meio de medidas como cortes de impostos sobre carros fabricados no Canadá.

"Os canadenses estão esperançosos de que o Primeiro-Ministro Carney negocie um acordo tendo em mente os melhores interesses do setor automotivo canadense", disse Jivani em sua carta. "Enquanto isso, peço que sejam tomadas as medidas adequadas para mitigar os danos econômicos da atual instabilidade econômica."