Grande espetáculo, sem gols: Palmeiras x Porto em 0 a 0. Murilo acerta a trave no final

Deram uma festa universitária em Nova Jersey, como "O Grande Gatsby". Convidaram Estevão, Rodrigo Mora, Gabriel Veiga, Vitor Roque, todos os caras que fazem do Palmeiras e do Porto dois times lindos de se ver. Esqueceram de mencionar o gol, que ficou marcado como na outra partida do Grupo A entre Inter Miami e Al Ahly : Palmeiras-Porto também terminou em 0 a 0. Sim, mas foi um belo espetáculo: muitas chances, defesas dos goleiros, duas ou três jogadas aqui e ali dignas de um replay no YouTube. O empate é justo, mas o Palmeiras – não há dúvidas – jogou melhor. Tiveram quatro chances no final do primeiro tempo e, no final da partida, quase marcaram com Lopez e com Murilo, na cena-chave da noite: sua cabeçada acabou na trave. O Porto, com um pouco de experiência e um pouco de sorte, se safou.
Uma rápida análise, começando pelas equipes. O Palmeiras é muito interessante, mantém o ritmo acelerado e tem dois jogadores de culto. O bom e velho Gustavo Gomez, também visto no Milan, aos 32 anos, comanda a defesa com cara de mau. Ou Richard Rios, que no meio de campo chutou por um tempo e depois mostrou ao mundo a melhor jogada da noite: uma abertura diagonal para enviar Estevão ao gol. O Porto, em vez disso, imediatamente colocou em campo a nova aquisição Gabri Veiga, em um time com muitos jogadores técnicos, de Fábio Vieira a Rodrigo Mora. Não deu muito certo, mas é cedo, há tempo. Vamos dizer logo: Palmeiras e Porto são os favoritos para avançar para a próxima fase. Depois, as individualidades. Estevão, o jogador do Palmeiras de 2007 já contratado pelo Chelsea, chamado de "Messinho" por seus movimentos com o pé esquerdo da direita, deixou claro que tem um talento especial, mas nunca balançou as redes, um pouco como seu irmão gêmeo do Porto, Rodrigo Mora, nascido apenas duas semanas depois dele. Nós os veremos novamente até 2040 e só de dizer isso já é chocante.
Em East Rutherford, futebol animado, jovens talentosos e uma tempestade de fogo nas arquibancadas: tudo como no pôster da partida. O Palmeiras pressionou loucamente na primeira jogada, deixando claro que não estava em Nova Jersey em férias estudantis. Houve chances ao longo do primeiro tempo. Quatro para o Porto: um chute de João Mário defendido por Weverton aos 3 minutos, um chute de pé direito de Rodrigo Mora que saiu para fora aos 14 minutos, depois uma defesa de Weverton em uma cobrança de falta desviada por Felipe Anderson e um chute de Samu da linha de fundo. E o Palmeiras? Estevão esteve a um ombro de marcar aos 5 minutos, depois um longo eclipse até uma defesa de Martim Fernandes em Estevão (ele de novo...) e um final de primeiro tempo alucinante. Claudio Ramos teve que fazer uma defesa em Mauricio, Francisco Moura afastou um chute de Rios na linha e Piquerez acertou o travessão de perto em uma cobrança de falta de pé esquerdo.
O segundo tempo não perdeu o ritmo e Weverton, longe de se cansar, teve que fazer logo uma defesa de campeão em Fábio Vieira: nem 4 minutos tinham se passado. O Porto respondeu com uma cabeçada de Zé Pedro, mas o jogo logo tomou um rumo claro: Palmeiras com a bola e Porto sofrendo. Um cruzamento de Piquerez, um belo ponta, gerou um desvio de Lopez, que acabava de entrar, defendido por Marcano de cara, quase sem querer. Depois, Murilo acertou a trave e Gustavo Gomez, nos acréscimos, tentou um voleio de pé direito. Ele chutou na curva, em direção à torcida do Verdão, e tudo bem: é uma homenagem. A torcida palmeirense, na noite italiana, foi a melhor em campo.
La Gazzetta dello Sport