Golpes nas redes sociais na Itália: quanto eles realmente nos custam?

O fenômeno da fraude online na Itália continua a crescer, com um impacto econômico cada vez mais significativo. De acordo com o relatório anual da Polícia Postal e de Segurança Cibernética, 18.714 casos de fraude cibernética foram tratados em 2024, um aumento de 15% em relação aos 16.325 registrados em 2023. Os valores roubados aumentaram significativamente, de € 137 milhões para € 181 milhões (+32%). A esses valores somam-se € 48 milhões provenientes de fraude, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Os resultados dos últimos três anos são particularmente reveladores: entre 2022 e 2024, o valor roubado por ladrões digitais atingiu € 559,4 milhões . As fraudes online aumentaram 58%, de € 114,4 milhões em 2022 para € 181 milhões em 2024. As fraudes cibernéticas aumentaram de € 38,5 milhões para € 48,1 milhões (+25%). O aumento total entre 2022 e 2023 foi de € 24,4 milhões (+15,9%), enquanto entre 2023 e 2024, o aumento foi de € 51,7 milhões (+29,2%).
Os danos económicos para a ItáliaAs atividades criminosas mais comuns incluem transações online falsas, phishing, smishing e vishing. Só as transações falsas geraram € 109 milhões em lucros ilícitos. A Polícia Postal também destaca a crescente prevalência de ataques de ransomware e DDoS, bem como o uso de técnicas cada vez mais sofisticadas por fraudadores, frequentemente vinculados a contextos internacionais e operações patrocinadas por Estados.
Os danos econômicos ao país afetam não apenas cidadãos, mas também entidades públicas , empresas de saúde, governos locais e prestadores de serviços essenciais. A Cnaipic monitorou aproximadamente 12.000 ataques cibernéticos significativos em 2024, emitindo mais de 59.000 alertas sobre infraestruturas críticas.
Perdas devem aumentar em 2024No segundo semestre de 2024, a incidência de golpes online também aumentou em termos de métodos. O Relatório de Segurança do Consumidor e Crimes Financeiros da Revolut observa que fraudes autorizadas, ou seja, aquelas em que a vítima faz um pagamento voluntariamente sob a influência do golpista, representaram aproximadamente 40% dos casos. Fraudes não autorizadas, que consistem em transações realizadas pelo golpista sem o consentimento do usuário, representaram os 60% restantes.
Os prejuízos causados por golpes autorizados são 14 vezes maiores do que aqueles resultantes de fraudes não autorizadas. Golpes de compras são os mais comuns, representando 56% dos casos. Em seguida, vêm golpes de emprego (20%), golpes de investimento (10%) e golpes de falsificação de identidade, que variam entre 4% e 10% dos casos.
A dinâmica varia de acordo com o país. Na Itália, por exemplo, golpes relacionados a empregos representam 52% de todos os casos registrados na Europa. Esses golpes são realizados principalmente no Telegram (71%) e no WhatsApp (23%). Os golpistas contatam as vítimas com ofertas fictícias, pedindo dinheiro para custos iniciais, equipamentos ou cursos de treinamento.
Na Itália, a porcentagem de golpes de compra é menor do que a média europeia (26%), mas os chamados "golpes de ingressos" são particularmente comuns. Trata-se da venda fictícia de ingressos para shows, eventos esportivos ou espetáculos. Essa categoria representa 19% dos golpes de compra, que têm como alvo principal jovens entre 17 e 34 anos.
As plataformas mais utilizadas pelos golpistasAs mídias sociais e plataformas de mensagens são os principais vetores de golpes online. Um relatório publicado pela Revolut destaca que, globalmente, 54% dos golpes têm origem nos serviços do Meta Group, especialmente Facebook (28%) e WhatsApp (21%). Telegram (18%) e Instagram (7%) seguem em seguida. As plataformas do Google, no entanto, respondem por apenas 0,09% dos casos.
A Itália apresenta algumas peculiaridades. Como mencionado, 50% dos golpes registrados no país ocorrem no Telegram, que continua sendo a plataforma mais utilizada, seguido pelo WhatsApp (23%). O Facebook, por outro lado, é responsável por 26% dos golpes de compras, principalmente golpes de ingressos, nos quais está envolvido em 60% dos casos. O X (antigo Twitter) responde por 18% dos golpes de ingressos, enquanto Instagram, Telegram e WhatsApp juntos respondem por pouco mais de 15%.
A Itália também detém o recorde europeu de golpes de emprego, ou seja, golpes envolvendo ofertas de emprego falsas. Destes, 71% ocorrem no Telegram e 23% no WhatsApp. Golpes de investimento representam 13%, em linha com a média europeia, e são realizados principalmente via WhatsApp.
De acordo com o Relatório de Ameaças Genéticas do quarto trimestre de 2024, as ameaças digitais nas mídias sociais aumentaram significativamente. O Facebook é a rede social mais afetada (56% do total), seguido pelo YouTube (24%), X (10%), Reddit e Instagram (ambos com 3%). Entre os aplicativos de mensagens, o Telegram registra seis vezes mais ameaças em comparação ao WhatsApp.
As técnicas mais comuns e o aumento dos golpes financeirosAs técnicas mais comuns incluem:
- malvertising (27%) anúncios enganosos que espalham malware;
- lojas virtuais falsas (23%) sites falsos que coletam dados pessoais e bancários;
- phishing (18%) roubo de dados confidenciais por meio de fraude.
O período de outubro a dezembro de 2024 registrou um aumento nos golpes financeiros, com dispositivos móveis sendo o principal vetor. Entre as técnicas mais comuns:
- deepfakes usados para golpes de criptomoedas;
- trojans bancários móveis;
- spyware e SpyLoans.
Esses aplicativos maliciosos, uma vez instalados, podem acessar mensagens SMS, imagens e informações confidenciais, que podem ser usadas para extorsão ou chantagem.
O diretor do Serviço de Polícia Postal, Ivano Gabrielli, enfatizou que "a aprovação do projeto de lei de Segurança Cibernética em 2024 fortaleceu nossas capacidades de prevenção e combate", acrescentando que o crime econômico e financeiro representa "a área de atuação mais significativa para organizações complexas, bem distribuídas internacionalmente".
A crescente sofisticação dos golpes e sua disseminação nas plataformas de mídia social confirmam a necessidade urgente de estratégias eficazes de prevenção e maior conscientização dos usuários.
Como se proteger de golpes nas redes sociaisA Polícia Postal recomenda algumas medidas de segurança fundamentais para reduzir o risco de golpes , principalmente nas redes sociais:
- Proteja sua privacidade, defina seus perfis de mídia social como privados e limite as informações pessoais que são visíveis publicamente;
- Habilite a autenticação de dois fatores, é uma ferramenta útil para impedir acesso não autorizado às suas contas;
- Não compartilhe informações confidenciais, dados bancários, documentos pessoais e códigos de acesso podem ser explorados por golpistas;
- Desconfie de ofertas e promessas de dinheiro fácil. Se uma oportunidade de investimento parece boa demais para ser verdade, provavelmente é um golpe.
- Verifique sempre a fonte antes de efetuar uma transferência ou fornecer informações confidenciais. Entre em contato diretamente com a organização ou pessoa, utilizando canais seguros que não sejam e-mail ou redes sociais.
- Verifique seu IBAN se receber uma atualização dos seus dados bancários por e-mail ou mensagem de texto e verifique sua exatidão por telefone com seu contato;
- Não confie em logotipos oficiais ou rostos conhecidos; muitos golpistas usam imagens de celebridades ou marcas institucionais para tornar seus golpes mais confiáveis.
Essas precauções, combinadas com uma maior conscientização digital, podem reduzir significativamente o risco de ser vítima de um golpe online.
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