Lesão de Edson Álvarez levanta suspeitas para o Tricolor

Lesão de Edson Álvarez levanta suspeitas para o Tricolor
▲ O meio-campista mexicano (à esquerda) deixou a partida contra o Japão devido a uma lesão muscular. Foto @miseleccionmx
Alberto Aceves
Jornal La Jornada, segunda-feira, 8 de setembro de 2025, p. a11
A lesão do meio-campista Edson Álvarez, capitão do México na Copa do Mundo de 2026, está gerando os mesmos sinais de preocupação que foram exacerbados em processos anteriores por excesso de jogo. De 1970 até hoje, rupturas de ligamentos cruzados, fraturas de tíbia e fíbula, problemas de tornozelo e menisco impediram jogadores como Alberto Onofre, Francisco Javier Abuelo Cruz, Claudio Suárez, Luis Montes e Jesús Tecatito Corona, entre outros, de disputar a Copa do Mundo poucos meses antes de sua última convocação.
Álvarez pediu uma substituição aos 28 minutos de jogo contra o Japão devido a uma lesão muscular na coxa direita. "Não estou frustrado. De certa forma, eu sabia que tinha chegado àquela Copa do Mundo (Rússia 2018), mas por causa da lesão, não pude estar lá. Fiquei frustrado assistindo aos jogos pela TV", lembra o ex-jogador de futebol Luis Montes, referindo-se à fratura da tíbia e da fíbula na perna direita que o impediu de jogar no Brasil 2014, em um amistoso contra o Equador. O técnico da seleção, Javier Aguirre, ainda aguarda um relatório que possa confirmar a ausência do turco contratado pelo Fenerbahçe nas próximas semanas.
“Ontem, o Edson se sentiu pior do que agora. Vamos ver o que os médicos vão dizer”, disse ele na coletiva de imprensa após o sorteio com o time japonês. Embora faltem pouco mais de nove meses para o início da Copa do Mundo, o Tricolor tem um histórico de lesões que atrapalharam não só anos de preparação e escalação, mas também a montagem final do time para a Copa. “Estamos tranquilos, tentando continuar jogando da forma que o Vasco quer. A lição que isso nos ensina é que temos que estar 100% contra qualquer adversário, porque são times que estarão no torneio”, explica o lateral do Toluca, Jesús Gallardo, referindo-se à condição física dos jogadores.
Na edição de 1970, o ex-meio-campista Alberto Onofre, um dos maiores talentos criativos que o futebol mexicano já teve, sofreu uma dupla lesão – na tíbia e na fíbula – três dias antes da Copa do Mundo realizada no país. Essa lesão o obrigou a passar por uma cirurgia da qual não conseguiu se recuperar, forçando-o a se aposentar. Francisco Javier Cruz, o arquiteto da classificação do México para a Copa dos Estados Unidos de 1994, teve destino semelhante. Na partida decisiva contra o Canadá, "El Abuelo" sofreu uma ruptura do ligamento cruzado do joelho esquerdo, o que o tirou da Copa do Mundo.
Outros jogadores convocados, como Claudio Suárez (Coreia do Sul-Japão 2002), Juan Carlos Medina (Brasil 2014) e Jesús Corona (Catar 2022), ficaram afastados devido a diversas lesões e problemas físicos. O caso de Suárez é marcante: durante um período de treinamento antes da Copa da FIFA, o zagueiro sofreu uma fratura na fíbula direita, da qual passou mais de dois meses se recuperando. Quando recuperou a forma física, Aguirre o retirou da lista final, contra todas as expectativas. "A competição, nesse sentido, é muito importante. Ter Marcel (Ruiz), Carlos (Rodríguez), Orbelín (Pineda) e Edson (Álvarez), quando ele voltar, nos fará crescer", afirma o volante Erick Sánchez, do América.
A Federação Mexicana de Futebol anunciou ontem a assinatura de um Memorando de Entendimento com a Federação Japonesa de Futebol para fortalecer a cooperação bilateral em desenvolvimento esportivo, profissional e administrativo. O acordo estabelece uma estrutura geral que permitirá o planejamento, o desenvolvimento e a implementação de atividades específicas para o intercâmbio de conhecimento e melhores práticas entre ambas as partes.
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