Eles pedem um per saltum para que o Tribunal decida sobre a constitucionalidade do decreto de Milei que levou Ariel Lijo ao tribunal

A ONG Red de Mujeres para la Justicia, que reúne juízas de todo o país, solicitou na quarta-feira um per saltum (pular para a próxima instância) para que a Corte resolva diretamente seu pedido de inconstitucionalidade do decreto do presidente Javier Milei que colocou Ariel Lijo e Manuel García-Mansilla na Suprema Corte por decreto e comissão.
Por meio de seu advogado Francisco Verbic, no expediente “Recurso Salto Instancia No. 2 - “REDE DE MULHERES PELA JUSTIÇA E OUTROS v. CÂMARA DE SENADORES DA NAÇÃO E OUTROS s/ LEI AMPARO 16.986” (CAF 010637/2024/2), pendente perante esta Corte Suprema de Justiça da Nação. A rede é presidida pela juíza María Eugenia Chapero.
Diferentemente do CEPIS, que solicitou uma medida cautelar em primeira instância, esta associação solicitou a intervenção direta da Corte em um caso que já está aberto e complica ainda mais a designação dos candidatos de Milei, explicaram fontes judiciais ao Clarín.
A rede vinha se opondo ao fato de uma mulher não ter sido incluída para substituir Elena de Highton, mas agora atacou diretamente o conteúdo do decreto do presidente Javier Milei.
Em sua nova apresentação, à qual o Clarín teve acesso, a associação afirmou que “vimos denunciar como fato novo , de absoluta gravidade institucional, a expedição do Decreto 137/2025 (assinado em 25/02/2025 e publicado no BO de 26/02/2025), pelo qual foram nomeados “em comissão” os Drs. juízes do Tribunal Supremo de Justiça da Nação (CSJN ou “o Tribunal”). Manuel García-Mansilla e Ariel Lijo”.
Com base nesse fato novo, requereu “ o processamento urgente do recurso extraordinário de agravo de instrumento interposto em 26/08/2024, pendente de decisão há exatos seis meses, bem como das manifestações de amigos da corte (amicus curiae) feitas por inúmeras instituições e grupos de pessoas no âmbito do disposto no art. 9º do Acordo 7/2013”.
Além disso, é declarada a “absoluta e insanável inconstitucionalidade e nulidade do Decreto 137/2025, por ser contrário a vários princípios fundamentais do nosso ordenamento jurídico e por violar convenções internacionais, o direito à igualdade, o direito à não discriminação e o princípio da progressividade”.
Pede ainda que “seja decretada medida cautelar de urgência para suspender os efeitos do referido ato administrativo, impedindo a posse e efetivação dos cargos pelos nomeados até que se resolva a questão de fundo, tendo em vista o gravíssimo e irreparável dano institucional que isso causaria”.
Clarin