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Trump e Sánchez apertam as mãos na cúpula da paz, apesar das diferenças.

Trump e Sánchez apertam as mãos na cúpula da paz, apesar das diferenças.

“Espanha. Onde está a Espanha? Vocês estão trabalhando com eles no PIB? Chegaremos mais perto. Chegaremos mais perto. Mas vocês estão fazendo um trabalho fantástico.” O presidente dos EUA, Donald Trump, dirigiu-se ao primeiro-ministro Pedro Sánchez com estas palavras em um dos eventos realizados na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, marcando o encerramento da primeira fase do acordo de paz entre Israel e Palestina, que significou o fim das hostilidades, o retorno dos reféns israelenses e a tão esperada entrada de suprimentos alimentares em Gaza.

O comentário de Trump, em um discurso no qual ele analisou os países envolvidos no acordo de uma forma ou de outra, veio após um aperto de mão cordial e descontraído entre os dois líderes, apesar das diferenças significativas entre a Espanha e os Estados Unidos neste conflito e das divergências entre os dois países sobre gastos militares.

Vale lembrar que, há apenas uma semana, o próprio Trump sugeriu a possibilidade de expulsar a Espanha da OTAN devido à sua resistência em aumentar os gastos militares para 5%. Essa declaração, feita ontem em Sharm el-Sheikh, parecia ter se tornado coisa do passado e, até onde sabemos, nada mudou na posição da Espanha.

O encontro presencial entre os dois líderes é o primeiro desde que o presidente dos EUA tomou posse em 20 de janeiro de 2025.

Não há nenhuma "maldição bíblica" que force Israel e Palestina a se envolverem em violência, disse Albares.

Apesar da ameaça de uma semana atrás e da distância ideológica entre eles, a saudação foi cordial e entre sorrisos de ambos os líderes. Trump cumprimentou os líderes presentes ao evento, um por um. Quando chegou a vez de Sánchez, Trump, como fizera com outros líderes enquanto posavam para fotógrafos, puxou delicadamente o braço de Sánchez, e Sánchez colocou brevemente a mão em suas costas.

O líder espanhol, que sempre reconheceu estar política e ideologicamente "do lado oposto da cerca" do atual ocupante da Casa Branca, já havia compartilhado uma foto de família com Trump na cúpula da OTAN em Haia, em junho passado — ele estava posicionado em uma das extremidades, o mais distante possível do presidente dos EUA, que presidia a foto —, mas evitou a foto para a posteridade durante sua visita a Nova York para a Assembleia Geral da ONU em setembro passado. Felipe VI liderou a delegação espanhola naquela ocasião, o que permitiu a Sánchez evitar compartilhar uma foto com Trump. Nesta ocasião, o encontro e a fotografia foram inevitáveis.

Apesar das relações cordiais refletidas neste breve encontro, o governo espanhol reafirmou que sua posição sobre o conflito em Gaza e o governo israelense não mudou. Isso foi confirmado pelo Ministro das Relações Exteriores, que também participou da cúpula. Não existe uma "maldição bíblica" que exija que o único relacionamento entre Israel e Palestina seja através da violência que coloca os dois povos um contra o outro há décadas, afirma Albares.

Para o Ministro das Relações Exteriores, a cúpula de ontem "é pela paz e um momento de esperança". Mas ainda há um longo caminho a percorrer, e o Primeiro-Ministro quer continuar apoiando esse processo complexo, no qual ele esteve profundamente envolvido nos últimos dois anos.

A Espanha participou da cúpula de Sharm el-Sheikh a convite do Egito e dos Estados Unidos.

"Com esperança", insistiu a delegação espanhola, foi a atitude com que o presidente espanhol chegou à reunião, convidado pelos governos do Egito e dos Estados Unidos. "Consciente dos desafios que a implementação do Plano de Paz acarreta, mas com um forte desejo de caminhar em direção a uma paz duradoura", enfatizaram.

"A libertação dos reféns e prisioneiros é uma ótima notícia. Também saudamos a chegada de ajuda humanitária, e a prioridade agora é que ela chegue com urgência e em massa", expressaram confiança na delegação espanhola.

Mas, apesar da importância do cessar-fogo em Gaza alcançado entre Israel e o Hamas, e da troca de reféns judeus e prisioneiros palestinos, "novos passos" precisam ser dados agora, enfatizou Albares. Ele defendeu "trabalhar para consolidar o cessar-fogo e uma paz definitiva". O ministro enfatizou a importância de "oferecer um futuro ao povo de Gaza" e "estabelecer" a solução de dois Estados entre Israel e Palestina, depois que a Espanha já havia assumido a liderança ao reconhecer o Estado Palestino em maio de 2024.

Para o Executivo, esta continua sendo "a única solução" para resolver este conflito arraigado com a consolidação de um Estado palestino "realista e viável", apesar de continuar sendo um projeto que carece do apoio do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que esteve notavelmente ausente da cúpula de Sharm el-Sheikh de ontem. "Hoje estamos todos unidos na esperança. Esta deve ser a última vez que vemos esta espiral de violência entre Israel e Palestina", confidenciou Albares.

O governo espanhol defende uma investigação mais aprofundada sobre o "genocídio" que acusa Israel de cometer.

O ministro, de qualquer forma, expressou sua concordância com o convite de nenhum representante do Hamas para a reunião. "É uma organização terrorista e não acredita na solução de dois Estados nem na paz", argumentou.

Apesar do espírito de esperança que prevaleceu no encontro internacional no balneário egípcio, a Espanha também se recusa a desistir de continuar investigando o governo Netanyahu pelo "genocídio" que o acusa na Faixa de Gaza. "As responsabilidades existem e isso não vai mudar", argumentou Albares. As investigações estão em andamento no Tribunal Penal Internacional e no Tribunal Internacional de Justiça, bem como no próprio Ministério Público espanhol. "Isso vai continuar", alertou Albares.

Com um aperto de mão caloroso, o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi recebeu Pedro Sánchez ao meio-dia, entre os vinte líderes políticos mundiais reunidos para formalizar o acordo para o fim da guerra em Gaza, na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh. O outro organizador do evento, Donald Trump, ainda não estava presente devido ao atraso que seu discurso perante o Knesset — o Parlamento israelense em Jerusalém — causou na agenda do evento internacional. De fato, ontem à noite, a delegação espanhola teve que se dividir em seu retorno à Espanha. O Airbus do governo partiu da cidade egípcia sem o primeiro-ministro a bordo, que planejava retornar em outro avião oficial, às suas próprias custas, após o término da cúpula.

lavanguardia

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