Mais de 100.000 pessoas foram verificadas e 60 tiveram a entrada negada na primeira semana de controles de fronteira na Polônia

A Polônia realizou verificações em mais de 100.000 pessoas que tentavam entrar no país vindas da Alemanha e da Lituânia na primeira semana desde que restaurou os controles em suas fronteiras com esses países. Como resultado, 60 pessoas tiveram a entrada negada ou foram detidas.

À meia-noite entre domingo, 6 de julho, e segunda-feira, 7 de julho, a Polônia reintroduziu os controles em suas fronteiras — inicialmente por 30 dias, embora esse período possa ser estendido — para evitar o que o primeiro-ministro Donald Tusk chamou de "fluxo descontrolado de migrantes".

A fronteira com a Lituânia é usada como rota por migrantes — principalmente da África e da Ásia — que entraram irregularmente na Letônia e na Lituânia vindos da Bielorrússia e depois viajaram para o oeste pela Polônia.

Enquanto isso, a Alemanha — que também mantém controles de fronteira em vigor desde 2023 — causou polêmica na Polônia por sua política de retorno de milhares de migrantes que entraram ilegalmente da Polônia.

Hoje, um porta-voz da guarda de fronteira polonesa anunciou que, durante os primeiros sete dias das novas restrições, “67.000 pessoas e 28.500 veículos foram liberados na fronteira entre a Polônia e a Alemanha”, enquanto houve “24 recusas de entrada na Polônia”.

Entre os impedidos de entrar estavam cinco estrangeiros — da Geórgia, Ucrânia, Brasil e Bielorrússia — que tentaram cruzar da Alemanha no domingo sem a documentação necessária, disse o guarda de fronteira à Agência de Imprensa Polonesa (PAP).

Enquanto isso, na fronteira com a Lituânia, durante a primeira semana de controles, mais de 40.000 pessoas e 19.500 veículos foram verificados, resultando na parada de 42 pessoas.

Entre estes últimos, 15 migrantes tiveram a entrada diretamente recusada na fronteira e 19 foram enviados de volta ao abrigo do chamado procedimento de "readmissão", previsto em acordos bilaterais. Oito "correios" que transportam migrantes irregulares também foram detidos.

Separadamente, no domingo, a guarda de fronteira emitiu uma declaração negando a "desinformação" espalhada nas redes sociais por Robert Bąkiewicz, um líder nacionalista que formou o chamado Movimento de Defesa da Fronteira (ROG) para monitorar e patrulhar a fronteira com a Alemanha.

Mais cedo naquele dia, Bąkiewicz havia compartilhado um vídeo mostrando o que ele alegou ser o guarda de fronteira polonês transportando um migrante da Alemanha para a Polônia. Ele acusou as autoridades de agirem como um serviço de "táxi" para migrantes.

Na verdade, observou o guarda de fronteira, os migrantes foram entregues à polícia alemã após serem detidos (graças aos novos controles de fronteira) enquanto tentavam entrar ilegalmente na Polônia vindos da Alemanha.

Uma pesquisa realizada pela agência Opinia24 e publicada hoje pela emissora RMF mostra que a maioria do público polonês, 58%, apoia a decisão do governo de reinstalar os controles de fronteira.

A política é ainda mais popular entre os apoiadores do partido de oposição nacional-conservador Lei e Justiça (PiS), dos quais 71% a apoiam, do que entre os da Plataforma Cívica (PO) centrista de Donald Tusk, dos quais 55% são a favor.

Enquanto isso, a guarda de fronteira anunciou na segunda-feira que a pressão migratória continua na fronteira leste fortemente fortificada da Polônia com a Bielorrússia, onde 380 travessias ilegais foram tentadas no fim de semana.

Eles também notaram “vários casos de comportamento agressivo” em relação a oficiais poloneses, que em um caso resultaram na hospitalização de um soldado com um ferimento no olho causado por um confronto com migrantes afegãos que tentavam cruzar a fronteira.

Crédito da imagem principal: MSWiA/X