Especialista: Além da migração, não há outra maneira de parar o processo de despovoamento na Polônia

O Escritório Central de Estatística estima que seremos 30,9 milhões em 2060. Se não for pela migração, atualmente não há outra maneira de deter o processo de despovoamento em nosso país, disse o professor Piotr Szukalski, da Universidade de Lodz, à PAP.
O Dia Mundial da População é comemorado em 11 de julho. De acordo com o Escritório Central de Estatística, a Polônia entrou em um período de crise demográfica, com a população ultrapassando 37,4 milhões em abril. As previsões indicam que, até 2060, a população diminuirá em 6,7 milhões, chegando a 30,9 milhões, com metade da população do país prevista para ter mais de 50 anos. A ONU, por sua vez, prevê que a população da Polônia cairá para aproximadamente 19 milhões até 2100.
Segundo o especialista em demografia, Professor Piotr Szukalski, da Universidade de Lodz, as previsões — independentemente de quem as faça — indicam que a população da Polônia diminuirá. Ele enfatizou, no entanto, que nenhuma delas é 100% confiável. Ele acredita que não sabemos exatamente quantas pessoas vivem na Polônia. Ele afirmou que mais de 2 milhões de poloneses — formalmente residentes poloneses — estão no exterior. No entanto, devido à sua residência registrada na Polônia, eles deveriam ser oficialmente contabilizados como parte da população do país. Outra questão é o número de migrantes. O especialista destacou que muitos deles podem não estar registrados no sistema, e as estimativas sugerem que entre 2 e 3 milhões vivam na Polônia.
"Em princípio, qualquer número populacional na Polônia entre 36 e 40 milhões pode ser justificado", observou. Ele acrescentou que as mudanças populacionais também são imprevisíveis devido a eventos aleatórios. Um exemplo, disse ele, foi a pandemia de COVID-19, que inesperadamente levou a um aumento na mortalidade.
Quando questionado sobre como poderíamos deter o processo de despovoamento na Polônia, ele respondeu: "Vamos abrir as fronteiras e teremos 60, 70 milhões." "Esquecemos que, para uma parcela significativa do mundo, somos um país rico. Para 20% a 30% da população mais pobre do mundo, vivemos em um paraíso onde não só não há problema em encontrar emprego, mas, se alguém trabalha legalmente, tem benefícios, acesso a assistência médica gratuita e seus filhos vão à escola gratuitamente", enfatizou. "No entanto, se não for por meio da migração, então hoje — sejamos honestos — não há outra maneira de deter o processo de despovoamento em nosso país", acrescentou.
O especialista enfatizou que a geração atual em crescimento, a Geração Z (nascidos a partir de 1995), tem uma definição completamente diferente de sucesso na vida, não o vinculando ao sucesso familiar. Segundo ele, os jovens estão tentando evitar o fracasso a todo custo, razão pela qual estão menos confiantes em fazer sacrifícios como constituir família. Ele acrescentou que, de acordo com dados do Escritório Central de Estatísticas, a taxa de fecundidade, ou o número médio de filhos que uma mulher daria à luz ao longo de seus anos reprodutivos, está atualmente em torno de 1,1. "Isso significa que a geração de filhos está substituindo a geração de pais em 53% a 54%", disse ele.
Segundo o professor Szukalski, todo o mundo "desenvolvido" vem enfrentando um declínio significativo na fecundidade há vários anos. Ele observou que, não apenas na Polônia, mas em toda a Europa, as taxas de fecundidade estão significativamente mais baixas do que as registradas há cinco anos.
O PAP perguntou ao especialista se um despovoamento em massa de cidades menores pode ser esperado nos próximos anos. "Em geral, observamos que apenas as grandes cidades e seus arredores não estão despovoando. A situação é relativamente boa nas áreas ao redor das cidades de médio porte, embora as próprias cidades também estejam perdendo habitantes. De modo geral, a Polônia periférica está fadada a uma 'tragédia demográfica'", enfatizou. Ele observou que, no último quarto de século, a população em dezoito condados diminuiu pelo menos 20%. Acrescentou que esses são dados oficiais, excluindo a migração não registrada. "Em Bytom, a população diminuiu 28%, praticamente o mesmo no condado de Hajnówka e 27,6% no condado de Krasnystaw", disse ele.
O cientista observou que o problema do despovoamento em larga escala de cidades menores atingiu a Polônia relativamente tarde. Ele afirmou que França, Espanha, Reino Unido e Alemanha o enfrentaram muito antes. Nesses países, soluções que envolvem a aceitação consciente do declínio de algumas infraestruturas começaram a ser desenvolvidas. "Os investimentos em infraestrutura são planejados para que, por exemplo, os edifícios possam ser reaproveitados em 10 a 20 anos, quando a demanda se tornar menor. Alguns edifícios são construídos de forma que outros possam ser facilmente demolidos no futuro", observou. (PAP)
kblu/ marca/ lm/
A Fundação PAP permite a reimpressão gratuita de artigos do site Nauka w Polsce, desde que você nos notifique por e-mail uma vez por mês sobre o uso do site e cite a fonte do artigo. Em portais e sites, inclua o endereço vinculado: Fonte: naukawpolsce.pl, e em periódicos, inclua a anotação: Fonte: Site Nauka w Polsce - naukawpolsce.pl. Esta permissão não se aplica a informações na categoria "Mundo" ou a quaisquer fotografias ou vídeos.
naukawpolsce.pl