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Jardineiro urbano mantém-se firme; cientistas questionam jardineiros da capital

Jardineiro urbano mantém-se firme; cientistas questionam jardineiros da capital

A jardinagem urbana em Varsóvia é um movimento amplo que cria um espaço acolhedor, proporciona contato com a natureza, um senso de responsabilidade pelo meio ambiente e constrói laços. Mais de 1,8 mil hectares de terra na capital são ocupados por áreas onde novos jardins urbanos poderiam ser implantados – de acordo com uma análise realizada por universidades da capital.

As hortas urbanas contribuem para uma melhor absorção de carbono, reduzem a poluição do ar e também mitigam o efeito de ilha de calor urbana. A horticultura urbana também permite que os moradores utilizem resíduos orgânicos, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a economizar energia. Além disso, melhora a eficiência hídrica, reduz o risco de inundações e melhora a retenção de águas pluviais.

"O desenvolvimento da jardinagem urbana depende de fatores sociais. (...) Alguns estudos indicam que não se trata apenas de jardinagem, mas de construir uma comunidade. As motivações dos jardineiros urbanos são diversas. As mais importantes incluem: a necessidade de retornar à natureza, a contribuição para a formação do meio ambiente, o estabelecimento de relações sociais e a troca mútua de experiências", afirma o especialista em cultura e sociólogo Dr. Piotr Majewski, da Universidade SWPS.

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Varsóvia, da Universidade de Ciências Sociais e Humanas SWPS e da Universidade de Ciências da Vida de Varsóvia analisaram se a comunidade de Varsóvia tem potencial para desenvolver jardinagem urbana para se adaptar às mudanças climáticas.

Além de uma revisão bibliográfica, eles caracterizaram os jardineiros locais e suas iniciativas, e os questionaram sobre a função dos jardins no contexto da proteção ambiental e da construção comunitária. Um total de mais de 250 entrevistas foram realizadas para o estudo. Os resultados são descritos em um artigo publicado na revista Miscellanea Geographica.

O estudo mostra que a capital da Polônia oferece grandes oportunidades para a jardinagem, informa a Universidade SWPS em um comunicado à imprensa. Os pesquisadores identificaram áreas onde novos jardins recreativos, sociais ou educacionais poderiam ser estabelecidos. No total, essas áreas (por exemplo, prados, parques, áreas verdes de propriedades rurais, terrenos baldios ou áreas pós-industriais) cobrem mais de 1,8 mil hectares. Todas elas estão localizadas a menos de 600 m de edifícios residenciais, e a grande maioria está a no máximo 300 m de distância.

Descobriu-se que a jardinagem urbana é amplamente difundida em Varsóvia. Este movimento social inclui grupos individuais de moradores, equipes mais ou menos formais, associações ou fundações, bem como instituições públicas, como escolas ou instituições culturais.

Dessa forma, os moradores desejam criar ao seu redor um espaço de convivência acolhedor, garantindo bem-estar, contato com a natureza, senso de responsabilidade com o meio ambiente, construção de laços sociais e troca de conhecimentos.

Os jardins de Varsóvia têm em média de 10 a 15 pessoas, que formam o núcleo do grupo. Eles também incluem pessoas que trabalham ocasionalmente, bem como hóspedes que simplesmente passam um tempo lá. Todos os grupos sociais podem ser encontrados nos jardins, embora – como os pesquisadores admitem – os mais ativos sejam os idosos (geralmente mulheres com ensino superior) e as famílias (classe média com ensino superior).

Os líderes desses grupos de jardinagem geralmente são trabalhadores institucionais (empregados nas instituições onde os jardins foram criados), ativistas sociais amadores ou profissionais da área, mas também "heróis" ativistas que se dedicam incansavelmente a esses lugares.

Segundo os líderes, o principal objetivo da jardinagem urbana não é a produção de alimentos, mas sim atividades ecológicas (consideradas no contexto mais amplo de proteção da biodiversidade ou gestão de resíduos biológicos), educação e construção de uma sociedade ativa e cooperativa. Os jardineiros também apontam para as funções terapêuticas dos jardins.

"O potencial e a ampla escala da jardinagem urbana nos permitem afirmar que o sistema de hortas comunitárias também deve ser considerado uma ferramenta de apoio a soluções no campo da adaptação às mudanças climáticas na política urbana e no planejamento espacial — desde que sejam considerados um elemento importante do sistema de infraestrutura verde urbana", disse o professor da USWPS, Piotr Majewski, coautor do estudo, citado no comunicado à imprensa.

Os pesquisadores enfatizam que ainda é preciso explorar até que ponto a jardinagem urbana é importante para a adaptação às mudanças climáticas e quais riscos e desafios isso representa para os ativistas de jardinagem, mas também para as autoridades municipais e tomadores de decisão.

Eles recomendam a introdução de apoio sistemático à jardinagem urbana por parte das autoridades administrativas, tratando as hortas urbanas como um aspecto importante da gestão espacial e promovendo-as entre os moradores como um importante ramo responsável pelo meio ambiente e pelo clima. (PAP)

Ciência na Polônia

ekr/ zan/

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