As guerras de Trump continuam. Pentágono mira cartéis de drogas

O presidente dos EUA, Donald Trump, instruiu discretamente o Pentágono a atacar cartéis de drogas sul-americanos, informou o New York Times na sexta-feira, ressaltando que tais operações militares levantam sérias preocupações legais.
Trump assinou uma diretiva que determina que o Pentágono use força militar contra cartéis de drogas que seu governo designou como organizações terroristas. No entanto, o combate ao crime organizado nos EUA é de responsabilidade da polícia e de outras agências de segurança pública, como a Alfândega e a Agência Antidrogas (DEA).
Enquanto isso, a ordem de Trump cria uma base oficial, embora não necessariamente legal, para iniciar "operações militares diretas no mar e em territórios estrangeiros" contra cartéis. Portanto, o exército americano começou a desenvolver opções para ataques a esses grupos, relata o jornal.
A decisão do presidente levanta muitas questões legais, como se a morte de pessoas por soldados americanos como parte de operações que não são um conflito militar aprovado pelo Congresso deve ser considerada assassinato, explica o NYT.

Na década de 1990, os militares americanos auxiliaram as autoridades colombianas e peruanas na luta contra os cartéis, mas isso se deu principalmente por meio de cooperação em inteligência, baseada principalmente no rastreamento de aviões que transportavam drogas. Quando se descobriu que esses aviões foram abatidos por forças colombianas ou peruanas, as operações foram suspensas até que o Congresso as aprovasse, modificando os regulamentos.
As instruções de Trump parecem se basear em uma premissa diferente, segundo a qual as forças americanas estariam diretamente envolvidas na captura ou assassinato de pessoas envolvidas no tráfico de drogas. O Almirante aposentado James E. McPherson, que atuou como o advogado de mais alta patente da Marinha dos EUA, avaliou que tais operações seriam "uma grave violação do direito internacional", escreve o jornal. (PAP)
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